Praia não é boate: a guerra das caixas de som nas areias
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De uns tempos para cá, o ambiente da praia vem sendo contaminado por caixas de som portáteis de bluetooth. Ao ligar o aparelho, geralmente no volume máximo, esse tal banhista-boombox, que jamais entendeu o prazer de estar ali, transformou-se em mais um retrato escarrado de nossa falta de cidadania e de nossa incapacidade de entender que o limite é o espaço do outro.
Não é justo entrar no mérito da qualidade das músicas. Obviamente não se trata disso, e sim do direito de seu vizinho de barraca não querer escutá-las. Não vale aceitar o som que você gosta e reclamar do abuso da música que você chama de ruim.
A lógica do banhista-boombox é tão insustentável que, neste carnaval, um sujeito, provavelmente para fazer prevalecer a potência de seu aparelho, levou uma enorme caixa, difícil de carregar pela areia, e apertou o play no celular. Gerou a revolta dos demais, que tinham aparelhos menores. Sim, a guerra de paredes sonoras já começou nas areias do Rio. Ninguém mais ouve o sagrado marulho.
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Fonte: Retirado de Veja Rio. Disponível em https://vejario.abril.com.br/coluna/tulio-brandao/praia-nao-e-boate/. Acesso em 17/08/2022.
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