Idioma ajuda a criar marcas de identidade
A língua é patrimônio de uma coletividade, seja ela a língua oficial de um Estado constituído, seja ela a língua materna de uma comunidade minoritária de imigrantes em um país estrangeiro, [...] e assim por diante. De qualquer modo, a língua constitui marca identitária da comunidade que a usa [...].
Entretanto, nenhuma língua compõe um bloco de formas e construções cristalizadas, usadas sempre do mesmo modo por todos os falantes, isto é, nenhuma língua é cristalizada, sem variações, imutável. Aliás, imaginar uma língua que assim fosse é imaginar algo completamente impossível.
Uma língua cumpre suas funções em uma comunidade exatamente porque: ela é moldável, para satisfação dos propósitos da fala; ela é variável, para oferta às escolhas dos falantes; ela é dinâmica, para servir às necessidades de expressão nas diferentes situações, nos diferentes lugares, nos diferentes momentos. Só assim ela revela as identidades individuais que se constroem no espaço simbólico que ela própria identifica e marca, no conjunto. [...]
Significa isso que se esteja negando a existência de padrões? Não, pelo contrário. Nessa variabilidade e nesse dinamismo naturalmente se formam “padrões” de uso, que, por sua vez, identificam grupos, e, numa apuração mais fina, identificam os próprios indivíduos.
NEVES, Maria Helena de Moura. Língua Portuguesa. Set. 2010
1.(Spaece) A ideia defendida nesse texto está no trecho: