10- Geração Z: antes mentíamos aos pais para sair, agora mentem aos amigos para ficar em casa
MANUELA SANOJA - 30 SEP 2019 - 20:45 BRT
Muitos de nós já tivemos aquele amigo ou amiga que, durante a adolescência, mentia para os pais sobre onde estariam na sexta ou no sábado à noite. Em vez de estar “na casa da Maria assistindo a um filme”, iam tentar entrar em alguma boate para maiores de idade. As coisas parecem ter mudado: os jovens pertencentes às novas gerações preferem inventar desculpas aos amigos para passar as noites dos dias livres em casa. Aparentemente, trata-se de uma questão geracional: em geral, os mais jovens saem menos em noitadas. Algo que se reflete nos dados de atividades relacionadas à vida noturna. De acordo com uma pesquisa realizada pela Berenberg Research em 2018, as gerações mais jovens estão reduzindo os dados do consumo de álcool. [...]
Atualmente, apenas 30,2% dos jovens entre 17 e 18 anos (no último ano do ensino médio) admitem consumir esse tipo de bebida, em comparação com os 54% que o faziam em 1991, segundo dados do Pew Research Center. Não é apenas o consumo de álcool. Existe uma diminuição das atividades consideradas adultas entre os adolescentes da geração postmillennial. Eles também preferem não dirigir e têm menos relações sexuais do que as gerações anteriores quando tinham a sua idade, revela um estudo realizado pela Universidade de San Diego e pelo Bryan Mawe College. Em geral, os membros da geração Z preferem ficar em casa a sair, aponta a pesquisa. E qual é a chave do seu entretenimento? As redes sociais. Essa maior tendência a “se refugiar em casa com a tecnologia”, explica Mercedes Bermejo, psicóloga infanto-juvenil e de família e membro do Colégio Oficial de Psicólogos de Madri (COPM), faz com que “os jovens estejam deixando de desenvolver as competências emocionais para se relacionar com os outros”[...]
O problema não está no fato de não consumirem álcool – um hábito prejudicial à saúde– ou terem menos relações sexuais, mas nas consequências que esse isolamento acarreta à sua saúde mental, esclarece Bermejo. E os dados confirmam: doenças como a depressão estão crescendo entre os mais jovens. De acordo com a Pesquisa Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde de 2017, 13% dos adolescentes entre 12 e 17 anos admitem ter tido ao menos um episódio depressivo naquele ano, em comparação com 8% em 2007. [...]
A solução passa por promover outros tipos de comportamento desde a infância. “Se, por exemplo, desde pequenos jogam futebol ou hóquei, é mais provável que na adolescência continuem mantendo relações com os outros membros de seu time.
Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/09/27/estilo/1569597592_555709.html. Acesso em 03/11/2019.
Na reportagem lida, a autora defende a tese de que os jovens das novas gerações preferem inventar desculpas aos amigos para ficar em casa do que mentir para os pais para saírem escondidos. Qual é o argumento que apoia a tese defendida nesse texto?