Leia trechos da resenha do filme japonês “Depois da tempestade”, de 2016 para responder às questões.
Longa é crônica no Japão atual.
A obra acompanha Ryota, escritor fracassado que paga as contas como detetive.
Em certo momento, no meio da tempestade que dá título ao novo longa de Hirokazu Koreeda, o detetive Ryota (Hiroshi Abe), seu filho Shingo (Taiyô Yoshizawa) e sua ex-esposa Kyoko (Yôko Maki) saem correndo atrás de bilhetes de loteria carregados pelo vento incessante. É uma cena poética e carregada de sentido, em que o diretor japonês tenta mostrar a seu protagonista que aquele momento, aquela cumplicidade, aquela união é o prêmio valioso de verdade. Não o dinheiro que os bilhetes podem trazer.
Não que Ryota entenda totalmente a lição. Porque as pessoas não mudam quem elas realmente são. Elas são imperfeitas. E ainda assim, é possível amá-las e entender sua dor.
E esse forte teor humanista é a matéria-prima de “Depois da Tempestade”, belíssima obra de Koreeda que estreia nesta quinta-feira (17) nos cinemas. O longa acompanha Ryota, escritor fracassado que paga as contas como detetive. Ou não paga as contas, já que usa quase todo seu dinheiro apostando em corridas. O que fez a ex-mulher Kyoko – cuja vida ele espiona obsessivamente – pedir o divórcio. Durante o 23º tufão do ano no Japão, porém, eles acabam presos na casa de Yoshiko (a ótima Kirin Kiki), mãe de Ryota, e o protagonista tem sua última tentativa de conquistar sua família de volta.
O melhor de “Tempestade” é que Koreeda não faz disso um grande dramalhão moralista. O filme é uma pequena crônica da sociedade japonesa contemporânea, narrada pelo cineasta com um humor sarcástico afiado e um olhar nada romântico sobre seu protagonista.
Disponível em: https://www.otempo.com.br/diversao/magazine/longa-e-cronica-humanista-do-japao-atual-1.1400130. Acesso em: 05 abr. 2021.
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