Hanseníase na APS

A hanseníase é uma doença crônica, que se caracteriza por alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos e pode gerar incapacidades permanentes, causada pela bactéria:

• Leptospira.

• 
  Mycobacterium leprae.

• Treponema pallidum.

• 
  Neisseria gonorrhoeae.

Answer explanation

É causada pelo Mycobacterium leprae (M. leprae), um bacilo álcool-ácido resistente, de multiplicação lenta e não cultivável in vitro. Alternativamente, pode ser utilizado o termo Bacilo de Hansen.

A hanseníase é uma doença infecciosa de evolução crônica e, no Brasil, considerada um importante desafio em saúde pública. A classificação operacional que se caracteriza pela presença de uma a cinco lesões cutâneas e baciloscopia obrigatoriamente negativa é de hanseníase:

• Tuberculoide.

• Multibacilar.

• Paucibacilar.

• 
  Indeterminada.

Answer explanation

A classificação operacional da Hanseníase é dividida em Paucibacilar e Multibacilar. As formas clínicas são classificadas em tuberculoide, virchowiana, dimorfa e indeterminada.

Qual é o principal modo de transmissão da hanseníase?

• Ingestão de alimentos contaminados.

• Inalação de gotículas respiratórias.

• Contato direto com a pele.

• Picada de insetos.

Answer explanation

A principal fonte de infecção pelo bacilo são indivíduos acometidos pela hanseníase não tratados e com alta carga bacilar, que eliminam o M. leprae pelas vias aéreas superiores.

Qual é o tratamento padrão para a hanseníase?

• Vacinação.

• Quimioterapia.

• Antibióticos de amplo espectro.

• Poliquimioterapia (PQT).

Answer explanation

A PQT é o esquema de primeira linha para o tratamento da hanseníase, recomendado pela OMS desde 1982 e adotado no Brasil como único esquema terapêutico desde o início da década de 1990. Consiste na associação de três antimicrobianos (rifampicina, dapsona e clofazimina), que leva à cura em até 98% dos casos tratados, com baixa taxa de recidiva, estimada internacionalmente em torno de 1% dos casos tratados em um período de cinco a dez anos.

Qual é uma das complicações mais comuns da hanseníase não tratada?

• Insuficiência renal.

• Paralisia dos membros.

• Perda de visão.

• Infecções respiratórias.

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Os principais sintomas da hanseníase são queixas de formigamentos, choques, câimbras e dormência nos braços e pernas, que podem preceder ou acompanhar os sinais clínicos de hipoestesia ou anestesia em áreas ou lesões da pele, e o acometimento de nervos periféricos, com prejuízo de suas funções sensitivas, motoras e autonômicas.

Qual das seguintes técnicas de detecção é a mais utilizada para confirmar a presença de Mycobacterium leprae em lesões? 

• Baciloscopia de esfregaços de pele. 

• Exame de sangue para anticorpos específicos. 

• 
  Teste de função pulmonar. 

• Teste de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase). 

Answer explanation

Baciloscopia direta para bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) é um exame laboratorial complementar ao diagnóstico clínico, que busca detectar a presença do M. leprae em esfregaços de raspado intradérmico e estimar a carga bacilar apresentada pelo paciente.

Qual é a principal medida de prevenção contra a hanseníase?

• Diagnóstico precoce e tratamento adequado dos casos.

• Consumo de água potável.

• Vacinação em massa.

• Uso de repelentes de insetos.

Answer explanation

Na ausência de uma vacina específica e de conhecimentos mais aprofundados sobre a transmissão do bacilo de Hansen e sobre os determinantes sociais da doença, as principais armas contra a hanseníase são o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno dos casos.

Um paciente diagnosticado com hanseníase apresenta lesões características da forma clínica tuberculoide. São características desse tipo de hanseníase:

• manchas e placas hipocrômicas, acastanhadas ou violáceas, com predomínio do aspecto infiltrativo.

• lesões foveolares, que apresentam bordos internos bem definidos.

• infiltração difusa das mãos e pés, com perda da conformação usual dos dedos, que assumem aspecto “salsichoide”.

• placas com bordas nítidas, elevadas, geralmente eritematosas e micropapulosas, que surgem como lesões únicas ou em pequeno número.

Answer explanation

O paciente apresenta comprometimento restrito da pele e nervos, que se manifesta geralmente como lesão cutânea única e bem delimitada. A resposta inflamatória é intensa, com a presença de granulomas tuberculoides na derme e acentuado comprometimento dos filetes nervosos, o que se traduz clinicamente por acentuada hipoestesia ou anestesia nas lesões dermatológicas, facilmente demonstrada pelos testes de sensibilidade térmica, tátil e dolorosa.

A hanseníase é uma doença crônica infecciosa que pode levar a incapacidades se não tratada adequadamente. Qual é o principal método de diagnóstico da hanseníase?

• Exame de sangue para detecção de anticorpos.  

• Exame clínico e dermatoneurológico.  

• Teste de Mantoux (PPD).  

• Exame de urina para detecção de bacilos. 

Answer explanation

O diagnóstico da hanseníase é essencialmente clínico. A avaliação minuciosa, incluindo o exame cuidadoso das lesões cutâneas e dos nervos periféricos, na maioria dos casos será suficiente para a definição diagnóstica da hanseníase.

E.M.S, portador de hanseníase multibacilar, encontrava-se faltoso por três meses no tratamento com a poliquimioterapia (PQT). Como o paciente já havia recebido seis doses do esquema multibacilar, a conduta correta sobre o tratamento seria:

• prosseguir o tratamento com o esquema multibacilar da PQT por mais seis meses, tendo em vista que o prazo para concluir o tratamento é de até 18 meses.

• encaminhar o doente à unidade de tratamento secundária para avaliação diagnóstica e prescrição de um novo esquema de tratamento.

• reiniciar o tratamento com o mesmo esquema multibacilar da PQT, já que o paciente passou três meses sem tomar a medicação específica.

• prosseguir o tratamento com o esquema multibacilar de PQT por mais nove meses, para garantir a efetividade do tratamento.

Answer explanation

A PQT-U deverá ser interrompida após a administração de seis doses mensais supervisionadas em intervalo de até nove meses para os casos paucibacilares e após 12 doses mensais supervisionadas em um intervalo de até 18 meses para os casos multibacilares, quando os pacientes deverão receber alta por cura, saindo do registro ativo do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan);