Geração de 30 Prosa Veríssimo e Graciliano

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Geração de 30 Prosa Veríssimo e Graciliano

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ANA MAYARA COLARES DE SOUSA

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15 questions

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1.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

15 mins • 1 pt

O Mulungu do bebedouro cobria-se de arribações. Mau sinal, provavelmente o sertão ia pegar fogo. Vinham em bandos, arranchavam-se nas árvores da beira do rio, descansavam, bebiam e, como em redor não havia comida, seguiam viagem para o sul. O casal agoniado sonhava desgraças. O sol chupava os poços, e aquelas excomungadas levavam o resto da água, queriam matar o gado. Sinha Vitória falou assim, mas Fabiano resmungou, franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e cabras, que lembrança! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando. [...]

Fabiano estirou o beiço e enrugou mais a testa suada: impossível compreender a intenção da mulher. [...]

— Chi! Que fim de mundo!

Não permaneceria ali muito tempo. No silêncio comprido só se ouvia um rumor de asas. Como era que sinha Vitória tinha dito? A frase dela tornou ao espírito de Fabiano e logo a significação apareceu. As arribações bebiam a água. Bem. O gado curtia sede e morria. Muito bem. As arribações matavam o gado. Estava certo. Matutando, a gente via que era assim, mas sinha Vitória largava tiradas embaraçosas. Agora Fabiano percebia o que ela queria dizer. Esqueceu a infelicidade próxima, riu-se encantado com a esperteza de sinha Vitória. Uma pessoa como aquela valia ouro. Tinha ideias, sim senhor, tinha muita coisa no miolo. Nas situações difíceis encontrava saída. Então! Descobrir que as arribações matavam o gado! E matavam. Àquela hora o mulungu do bebedouro, sem folhas e sem flores, uma garrancharia pelada, enfeitava-se de penas.

[...]

Alargou o passo, desceu a ladeira, pisou a terra de aluvião, aproximou-se do bebedouro. Havia um bater doido de asas por cima da poça de água preta, a garrancheira do mulungu estava completamente invisível. Pestes. Quando elas desciam do sertão, acabava-se tudo. O gado ia finar-se, até os espinhos secariam.

Suspirou. Que havia de fazer? Fugir de novo, aboletar-se noutro lugar, recomeçar a vida. [...]

 

RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 74. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Record. 1998, p. 108-110.

 

De acordo com esse trecho de Vidas Secas, inserido na obra, é falsa a proposição

A personagem Fabiano aparece nessa narrativa — uma produção regionalista do Modernismo da década de 30 — como um representante do sertanejo, de consciência embotada e raciocínio lento.   

A personagem Fabiano, no seu circuito de fugas sem causas bem determinadas, torna-se cada vez mais fragilizada aos olhos da família.   

O pensamento de sinha Vitória incita a curiosidade de Fabiano e ele percebe a realidade da seca transfigurada poeticamente.   

Sinha Vitória, na narrativa, representa um elemento humano que possui um olhar capaz de compactar uma multiplicidade de imagens no sertão nordestino.   

2.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

15 mins • 1 pt

Sinha Vitória

            Sinha Vitória tinha amanhecido nos seus azeites. Fora de propósito, dissera ao marido umas inconveniências a respeito da cama de varas. 1Fabiano, que não esperava semelhante desatino, apenas grunhira: - “Hum! hum!” E amunhecara, porque realmente mulher é bicho difícil de entender, 4deitara-se na rede e pegara no sono. Sinha Vitória andara para cima e para baixo, procurando em que desabafar. Como achasse tudo em ordem, queixara-se da vida. 2E agora vingava-se em Baleia, dando-lhe um pontapé.

            Avizinhou-se da janela baixa da cozinha, viu os meninos entretidos no barreiro, sujos de lama, fabricando bois de barro, que secavam ao sol, sob o pé-de-turco, e 5não encontrou motivo para repreendê-los. Pensou de novo na cama de varas e mentalmente xingou Fabiano. Dormiam naquilo, tinha-se acostumado, mas sena mais agradável dormirem numa cama de lastro de couro, como outras pessoas.

            7Fazia mais de um ano que falava nisso ao marido. 3Fabiano a princípio concordara com ela, mastigara cálculos, tudo errado. Tanto para o couro, tanto para a armação. Bem. Poderiam adquirir o móvel necessário economizando na roupa e no querosene. 6Sinha Vitória respondera que isso era impossível, porque eles vestiam mal, as crianças andavam nuas, e recolhiam-se todos ao anoitecer. Para bem dizer, não se acendiam candeeiros na casa.

RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro; São Paulo: Record; Martins, 1975. p. 42-43.

 

 

A partir do texto acima, identifique a alternativa que contém a característica correta em relação à análise da obra de Graciliano Ramos e à sua inclusão na ficção regionalista dos anos 30.

Valorização do espaço urbano e das relações de poder.   

 

 

Ênfase em aspectos pitorescos da paisagem nordestina.   

Utilização de linguagem predominantemente metafórica.   

Atitude crítica e comprometida frente à realidade social.   

Opção preferencial por personagens pertencentes à classe dominante.  

3.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

15 mins • 1 pt

O texto a seguir foi retirado da obra de Graciliano Ramos, Vidas Secas. Esse romance completou, em agosto de 2008, 70 anos de sua primeira publicação. É narrado em 3a pessoa (ao contrário das obras anteriores de Graciliano) e pertence a um gênero intermediário entre romance e livro de contos.

 

            Fabiano, uma coisa da fazenda, 1um triste, seria despedido quando menos esperasse. Ao ser contratado, recebera o cavalo de fábrica, peneiras, gibão, guarda-peito e sapatões 3de couro, mas ao sair largaria tudo ao vaqueiro 7que o substituísse.

            Sinhá Vitória desejava possuir uma cama igual à de seu Tomás da bolandeira. Doidice.

            Não dizia nada para não contrariá-la, mas sabia que era doidice. Cambembes podiam ter luxo? E estavam ali de passagem.

            Qualquer dia o patrão os botaria fora, e eles ganhariam o mundo, sem rumo, nem teria meio de conduzir os cacarecos. Viviam de trouxa amarrada, dormiriam bem debaixo de um pau.

            Olhou a caatinga 4amarela, 5que o poente avermelhava. Se a seca chegasse, não ficaria planta 2verde. Arrepiou-se. Chegaria, naturalmente. Sempre tinha sido assim, desde que ele se entendera.

            E antes de se entender, antes de nascer, 8sucedera o mesmo - anos bons, misturados com anos ruins. A desgraça estava em caminho, talvez andasse perto. Nem valia a pena trabalhar. Ele marchando para casa, trepando a ladeira, espalhando 6seixos 9com as alpercatas - ela se avizinhando 10a galope, com vontade de matá-lo.

(Vidas Secas - Graciliano Ramos)

 

 

Graciliano Ramos é um dos integrantes da segunda geração do Modernismo, ou Modernismo de 1930. Nas opções a seguir, assinale a que apresenta o principal caminho desse estilo de época:

A poesia destruidora da tradição.   

A prosa introspectiva.   

  

A linguagem revolucionária.   

O regionalismo nordestino.   

A prosa de tendências fantásticas.

4.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

15 mins • 1 pt

O trecho a seguir foi extraído do capítulo Contas, do romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Evidencia se aqui, uma das características da prosa regionalista de 30, que é a crítica social. Leia o texto com atenção para responder a(s) questão(ões).

 

            Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas como não tinha roça e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito.

            Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. 1Tolice, quem é do chão não se trepa. Consumidos os legumes, roídas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o produto das sortes. Resmungava, rezingava, numa aflição, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco. Transigindo com outro, não seria roubado tão descaradamente. Mas receava ser expulso da fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia conselhos. 2Era bom pensar no futuro, criar juízo. Ficava de boca aberta, vermelho, o pescoço inchando. De repente estourava:

            - Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer. Quem é do chão não se trepa.

            Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano. E quando não tinha mais nada para vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas avam-lhe uma ninharia.

            Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transação meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitória mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no chão sementes de várias espécies, realizou somas e diminuições. No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio notou que as operações de sinha Vitória, como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve a explicação habitual: a diferença era proveniente de juros.

            Não se conformou: devia haver engano. 3Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. 4Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria! O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda.

            Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não. Se havia dito palavra à-toa, pedia desculpa. Era bruto, não fora ensinado. Atrevimento não tinha, conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia lá puxar questão com gente rica? Bruto, sim senhor, mas sabia respeitar os homens. 5Devia ser ignorância da mulher, provavelmente devia ser ignorância da mulher. Até estranhara as contas dela. Enfim, como não sabia ler (um bruto, sim senhor), acreditara na sua velha. Mas pedia desculpa e jurava não cair noutra.

(RAMOS, Graciliano. Vidas secas.)

 

O livro mais conhecido de Graciliano Ramos, Vidas Secas, possui em sua estrutura narrativa o uso reiterado do discurso indireto livre. Sabe-se que tal artifício é útil para promover maior proximidade entre o leitor e a obra. Através desse instrumento estilístico-literário, o autor proporciona ao leitor um constante jogo de se colocar fora e dentro dos personagens, tornando embaralhadas as noções de realidade e ficção, perturbação corriqueira ao homem pós-moderno.

(RODRIGUES, G. F. S; CASTRO, E. F. V. A. O discurso indireto livre de “Vidas Secas”: desfocando realidade e ficção. (resumo). Disponível em: http://www.filologia.org.br/viiicnlf/resumos/odiscursoindiretolivre.htm)

 

 

Segundo o texto, é CORRETO:

Fabiano consegue conversar com o patrão em pé de igualdade, para fazer valer seus pontos de vista.   

O patrão, sempre por meios lícitos, apropria-se de praticamente tudo que Fabiano produz.  

Além de explorá-lo, o patrão, hipocritamente, ainda lhe dá conselhos.  

Sinhá Vitória, analfabeta, faz contas erradas, que prejudicam a negociação entre Fabiano e o patrão.   

Fabiano acovarda-se de tal forma que, mesmo sabendo-se roubado, não chega a reclamar.

5.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

15 mins • 1 pt

A correspondência entre obra e autor está correta em:

Incidente em Antares" - Érico Veríssimo   

"Quincas Borba" - Coelho Neto   

"Sargento Getúlio" - Jorge Amado   

  

"Vila dos Confins" - Graciliano Ramos

6.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

15 mins • 1 pt

Com base no romance Um certo Capitão Rodrigo, de Erico Verissimo, assinale a alternativa cujas características NÃO correspondem à personagem do Capitão Rodrigo.

Paixão pelos prazeres mundanos.

Ideais guerreiros e libertários.

Crença na fé cristã como fim último.

  

Desprezo pela vida doméstica.

7.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

15 mins • 1 pt

A narrativa Um certo Capitão Rodrigo integra o volume __________, da trilogia O tempo e o vento, obra maior de Érico Veríssimo, que cobre um período de __________ da formação política e social do Rio Grande do Sul, com destaque para as diversas guerras que marcaram a história do povo gaúcho. A guerra representada em Um certo Capitão Rodrigo, e que acaba vitimando o protagonista, ficou conhecida como __________. 

 

Assinale a alternativa cujas informações preenchem corretamente as lacunas do enunciado.

O continente –  anos – Guerra do Paraguai.   

O retrato –  anos – Revolução Farroupilha.   

O arquipélago –  anos – Guerra do Paraguai.  

O retrato –  anos – Revolução Federalista.   

O continente –  anos – Revolução Farroupilha.    

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