EDROS 2022 7º ANO

Nos seus primeiros tempos, a Igreja parecia envolvida em uma contradição, que, no entanto, se revelaria a base de seu poder na Idade Média. Ao negar diversos aspectos da civilização romana, ela criava condições de aproximação com os germânicos. Ao preservar vários outros elementos da romanidade, consolidava seu papel no seio da massa populacional do império. Dessa maneira, a Igreja pôde vir a ser o ponto de encontro entre aqueles povos. Da articulação que ela realizou entre romanos e germânicos é que sairia a Idade Média. Hilário Franco Júnior. A Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2001. p. 89. (Adaptado) Durante a Idade Média, a Igreja Católica se destacou ao:

• adaptar-se aos diferentes modelos políticos e econômicos, estabelecendo alianças com as lideranças.

• tornar-se uma monarquia multinacional, administrando simultaneamente diversos reinos.

• distanciar-se de decisões políticas, mantendo suas funções sociais e religiosas.

• propagar as tradições culturais e os costumes das sociedades romanas.

• dominar o poder bélico, controlando os reinos e principados medievais.

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A Igreja Católica soube se adaptar a diversos momentos distintos na História. Mesmo após a queda de Roma, ela manteve seu poder e sua influência ao desempenhar uma importante aliança com o Reino Franco e, mais tarde, tornou-se cada vez mais forte por adequar-se a vários outros sistemas políticos em distintos locais do mundo cristão

A Arábia evoca mais frequentemente imagens de desertos desolados em vez de campos férteis; mesmo assim, a agricultura era, e ainda é, de grande importância em certas regiões. Entretanto, já que não há rios permanentes ou lagos na Arábia e a precipitação é limitada a certas épocas do ano [...], o gerenciamento cuidadoso da água é necessário por toda parte. Além disso, temperaturas mais altas significam maiores taxas de evaporação, e, quando as chuvas chegam, podem ser volumosas, mas breves. Robert G. Hoyland. “Arabia and the Arabs”. From the Bronze Age to the coming of Islam. Londres; Nova York: Routledge, 2002. p. 85. (Adaptado) Dado o contexto geográfico de escassez de água e de terras férteis, um fator decisivo para a sobrevivência e o desenvolvimento inicial do povo árabe ao longo dos séculos foi a:

• crença em um único Deus.

• domesticação do camelo

• centralização do governo

• prevalência do sedentarismo

• divisão harmoniosa dos oásis

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A domesticação do camelo, um animal forte, resistente e capaz de suportar vários dias sem beber água, foi essencial para garantir aos árabes o comércio e a possibilidade de deslocamento, já que o camelo poderia ser usado como montaria ágil e como meio de transporte confiável de mercadorias.

Entre os traços fundamentais partilhados pelas três maiores religiões monoteístas do mundo – cristianismo, islamismo e judaísmo –, está a crença na:

• autoridade do profeta Maomé

• existência de deuses menores.

• irrelevância de templos religiosos.

• manifestação da revelação divina.

• dessacralização dos Dez Mandamentos.

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As três religiões têm em comum a existência, entre suas próprias narrativas, de um ou vários momentos fundamentais em que Deus revela sua mensagem: Moisés, Jesus e Maomé são, para o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, respectivamente, além de modelos e lideranças religiosas, referências da mediação entre o humano e o divino

As guerras de conquista empreendidas por Justiniano, em meados do século VI, constituíram uma proeza militar e política: em poucos anos, o norte da África e partes consideráveis das penínsulas Ibérica e Itálica caíram sob o controle direto do Império Romano do Oriente (também denominado Império Bizantino, do nome de Bizâncio, antiga denominação da capital Constantinopla). Marcelo Cândido da Silva. História medieval. São Paulo: Contexto, 2019. p. 33. Durante o governo de Justiniano (527-565 d.C), o Império Bizantino:

• incorporou-se ao Império Romano do Ocidente.

• reduziu as disparidades econômicas e sociais

• aliou-se militarmente aos povos francos.

• afastou-se de influências religiosas

• alcançou seu apogeu territorial

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O rápido crescimento do Império Bizantino durante o governo de Justiniano elevou o poder desse Estado, que surgia no que um dia fora o Império Romano do Oriente; isso se explica pela complexidade e pela capacidade política e militar do imperador Justiniano, que fez alianças e conquistou territórios em um breve intervalo de tempo.

Os muçulmanos estavam criando um novo tipo de comunidade em Medina, e essa nova criação requeria uma base ideológica clara e definida. Poucos dos muçulmanos de Medina podem ter sido entusiastas religiosos, mas todos devem ter sido convencidos da realidade de relacionamentos religiosos para se unirem no experimento de uma comunidade baseada em laços de religião em vez de parentesco. Montgomery Watt. Muhammad at Mecca. Oxford: Oxford University Press, 1953. p. 149. (Adaptado) A palavra que designa a comunidade religiosa dos muçulmanos como um todo, instituída pelos ensinamentos de Maomé e que serviu de base para o Estado Teocrático Árabe, é:

• Islã.

• Hégira.

• Caaba

• Ummah

• Ramadã.

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A Ummah é a comunidade religiosa que abriga todos os crentes e praticantes do Islã no mundo, independentemente de sua origem, situação social ou de suas características físicas; nesse sentido, trata-se de uma comunidade que ultrapassa fronteiras. A ideia de fortalecimento político e expansão territorial dessa comunidade (a difusão do Islã) originou o Estado Teocrático Árabe e o império no qual viria a se transformar.

Esse sucesso e a legitimação conquistada entre os seus seguidores retroalimentou uma máquina que em menos de cem anos conquistou o Império Persa, grande parte do Império Bizantino, o norte da África, chegando até a Europa. Diferente de expansionismos efêmeros, como dos mongóis, a expansão iniciada por Maomé se concretizou na forma de aquisições territoriais que, futuramente, representariam a extensão geográfica de um império que perdurou até o século XX. Suellen Borges de Lannes. A formação do Império Árabe-Islâmico: história e interpretações. Tese (Doutorado em Economia Política Internacional) – Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013. p. 120. (Adaptado) Entre os fatores determinantes das sucessivas crises administrativas que levaram à fragmentação e à posterior dissolução do Império Árabe está(ão):

• a natureza teocrática do governo.

• os princípios da Ummah e do jihad.

• o vasto território e a corrupção das elites

• as trocas culturais com outros povos.

• o fim do califado com a morte de Maomé

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O território vasto e diverso (tanto geográfica como culturalmente) contrastava cada vez mais com a centralização política proposta como forma indiscutível de governo; aliado ao acúmulo de riquezas e à consequente corrupção nas elites militares e administrativas, esse fator foi determinante para o enfraquecimento do controle e da legitimação do califa diante das autoridades locais (os vizires).

Somente em nossos dias é que o verdadeiro alcance dessa islamização da Espanha começa a ser plenamente compreendido. Conhece-se agora o papel decisivo da cultura hispano-mourisca na formação da Filosofia, da Ciência, da poesia, de toda cultura da Europa cristã. Sua influência atingiu até os cimos do pensamento medieval, até a Summa de São Tomás de Aquino e a Divina Comédia de Dante. Léon Poliakov. “De Maomé aos Marranos”. História do antissemitismo. Ana M. Goldberger e J. Guinsburg (Trad.). São Paulo: Perspectiva, 1996. p. 74. Durante a ocupação da Europa pelo Império Árabe, houve intensas trocas culturais. A influência islâmica sobre a Europa cristã foi:

• combinada a invasões e ao controle das rotas comerciais.

• acelerada pela conversão dos mouros ao cristianismo

• dirigida por uma postura amigável e diplomática

• limitada às manifestações filosóficas e literárias.

• motivada pela reação às ofensivas europeias.

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A presença árabe na Europa, notadamente na Península Ibérica (o que o autor chama de “islamização da Espanha”), não foi um processo pacífico, e sim conturbado, marcado por invasões e ocupações violentas por parte do Império Árabe, agravadas pelas reações militares dos europeus nas décadas de batalha pela reconquista territorial