A ILHA PERDIDA
Na fazenda do padrinho, perto de Taubaté, onde Vera e Lúcia gostavam de passar as férias, corre o rio Paraíba. Rio imenso, silencioso e de águas barrentas. Ao atravessar a fazenda, ele fazia uma grande curva para a direita e desaparecia atrás da mata. Mas, subindo-se ao morro mais alto da fazenda, tornava-se a avistá-lo a uns dois quilômetros de distância e nesse lugar, bem no meio do rio, via-se uma ilha que, na fazenda, chamavam de Ilha Perdida. Solitária e verdejante, parecia mesmo perdida entre as águas volumosas. Quico e Oscar, os dois filhos do padrinho, ficavam horas inteiras sentados no alto do morro e conversando a respeito da ilha. Quem viveria lá? Seria habitada? Teria algum bicho escondido na mata?
Assim, à distância, parecia cheia de mistérios, sob as copas altíssimas das árvores; e as árvores eram tão juntas umas das outras, que davam a impressão de que não se poderia caminhar entre elas.
Oscar suspirava e dizia:
— Se algum dia eu puder ver a ilha de perto, vou mesmo.
Quico perguntava:
— Não tem medo? E se tiver alguma onça morando lá? — Onça? Não pode ter. Como é que onça vai parar lá no meio do rio?
— Nadando. Ouvi dizer que onça nada muito bem.
Oscar respondia, pensativo:
— Pode ser. Todos os bichos sabem nadar, só a gente precisa aprender; mas eu queria ver o que há na ilha. Falam tanta coisa...
E ficavam olhando a ilha perdida. Se falavam com o pai, este prometia:
— Quando forem mais velhos, faremos uma excursão à ilha.
Arranjaremos canoas apropriadas e iremos até lá. Os dois meninos chegavam muitas vezes a sonhar com a ilha.
Nesse texto, o trecho que apresenta o lugar onde a história acontece é: