REVISAO URGENCIA E EMERGENCIA

Durante uma triagem em uma unidade de pronto atendimento (UPA), dois pacientes chegam quase ao mesmo tempo. O primeiro apresenta um quadro de dor torácica súbita, intensa e com irradiação para o braço esquerdo, palidez e sudorese. O segundo relata dor lombar moderada, após esforço físico, sem sinais de comprometimento sistêmico. Com base nos critérios clínicos de classificação de risco e na distinção conceitual entre urgência e emergência, analise as afirmativas abaixo:

I. O paciente com dor torácica apresenta um quadro de emergência, pois há risco iminente à vida e necessidade de intervenção imediata.

II. O paciente com dor lombar se enquadra em um quadro de urgência, pois necessita de atenção médica, mas não há ameaça imediata à vida.

III. Ambos os casos podem ser classificados como emergência, pois demandam avaliação médica no mesmo momento, independentemente da gravidade.

IV. A correta distinção entre urgência e emergência é fundamental para o uso racional dos recursos e para garantir a segurança do paciente.

Assinale a alternativa correta:

• Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.

• Apenas as afirmativas I e III estão corretas.

• Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

• e) Todas as afirmativas estão corretas.

• Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.

Você está atuando como fisioterapeuta intensivista em uma UTI e acompanha um paciente com diagnóstico de doença neuromuscular degenerativa em estágio avançado, que está consciente e previamente expressou, por meio de diretiva antecipada de vontade, o desejo de não ser submetido à ventilação mecânica invasiva. No entanto, em uma piora aguda do quadro respiratório, o familiar do paciente, visivelmente aflito, exige que seja feita a intubação orotraqueal de forma imediata.

Considerando os princípios bioéticos e a legislação vigente sobre diretivas antecipadas de vontade, analise as afirmativas abaixo:

I. O princípio da autonomia garante ao paciente o direito de recusar tratamentos, inclusive em situações críticas, desde que sua vontade tenha sido expressa de forma clara e documentada.

II. O princípio da beneficência permite que o profissional ignore a vontade do paciente se entender que a intubação pode salvar sua vida.

III. O fisioterapeuta deve discutir com a equipe multiprofissional e considerar a diretiva antecipada de vontade como um documento válido para a tomada de decisão.

IV. O desejo do familiar deve prevalecer sobre o do paciente, especialmente em situações de emergência, para não gerar conflito assistencial.

Assinale a alternativa correta:

• Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

• Apenas as afirmativas I e III estão corretas.

• Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.

• Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.

• Todas as afirmativas estão corretas.

Em um pronto-socorro de referência em trauma, um fisioterapeuta é acionado para atender um paciente politraumatizado, inconsciente, admitido após um grave acidente automobilístico. O protocolo institucional determina que a equipe multiprofissional siga a abordagem ABCDE no atendimento inicial. Considerando esse contexto e os conhecimentos técnicos e éticos do fisioterapeuta em situações de emergência, analise as afirmativas a seguir:

I. O fisioterapeuta deve priorizar ações relacionadas à permeabilidade das vias aéreas e à ventilação, contribuindo com a equipe no manejo da via aérea e na oferta de suporte ventilatório.

II. A atuação fisioterapêutica deve ser pautada na avaliação neurológica imediata e aprofundada, mesmo que o paciente esteja instável, para iniciar estratégias de reabilitação precoce.

III. A abordagem inicial do fisioterapeuta deve estar alinhada à prioridade de estabilização hemodinâmica e ventilatória, e não focada exclusivamente na avaliação musculoesquelética.

IV. A fisioterapia em emergência deve aguardar a completa estabilização clínica do paciente, pois não há papel ativo na fase inicial do atendimento ao politraumatizado.

Assinale a alternativa correta:

• Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

• Apenas as afirmativas II e III estão corretas.

• Apenas as afirmativas I e III estão corretas.

• Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.

• Todas as afirmativas estão corretas.

Durante o plantão em uma UTI adulto, um fisioterapeuta assume o cuidado de um paciente em ventilação mecânica invasiva, sedado e hemodinamicamente estável. Ao revisar os parâmetros do ventilador e os dados do monitor multiparamétrico, ele observa que o paciente apresenta altos níveis de pressão de pico e aumento progressivo da pressão de platô, além de acúmulo de secreção nas vias aéreas.

Com base nessa situação, assinale a conduta que mais se alinha às competências técnicas do fisioterapeuta na UTI e aos princípios da assistência multiprofissional ao paciente crítico:

• Solicitar ao médico intensivista a realização de uma broncoscopia urgente, sem qualquer outra intervenção prévia.

• Suspender imediatamente a ventilação mecânica e iniciar respiração espontânea para aliviar a pressão intratorácica.

• Realizar manobras de higiene brônquica, avaliar a mecânica respiratória e discutir com a equipe possíveis ajustes nos parâmetros ventilatórios.

• Administrar medicação mucolítica e broncodilatadora por via intravenosa, sem necessidade de autorização médica.

• Reavaliar o paciente apenas após a visita médica, pois ajustes no ventilador e intervenções fisioterapêuticas não fazem parte de sua competência.

Você é fisioterapeuta em um serviço de urgência e acompanha a triagem de uma paciente de 45 anos, que se apresenta com dor torácica intensa, irradiação para o braço esquerdo, diaforese, dispneia e histórico de hipertensão e diabetes. Seus sinais vitais no momento incluem PA = 160/100 mmHg, FC = 110 bpm, FR = 28 irpm, SpO₂ = 92% em ar ambiente.

Com base no Protocolo de Manchester e nos critérios de priorização clínica utilizados em serviços de urgência e emergência, qual deve ser a classificação de risco atribuída à paciente e a conduta imediata esperada pela equipe?

• Classificação Amarela – atendimento necessário dentro de 1 a 2 horas, pois não há sinais de instabilidade imediata, e a dor pode ser de origem não cardíaca.

• Classificação Laranja – paciente com dor torácica suspeita de síndrome coronariana aguda, necessitando de avaliação médica rápida, mas sem risco imediato de morte.

• Classificação Verde – queixa dolorosa crônica com sinais vitais estáveis; atendimento pode aguardar.

• Classificação Vermelha – paciente com risco iminente de parada cardíaca; deve ser levada diretamente à sala de emergência para atendimento imediato.

• Classificação Azul – atendimento não urgente, uma vez que a paciente está consciente e verbalizando normalmente, com SpO₂ acima de 90%.

As diretrizes atualizadas da American Heart Association (AHA) sobre Reanimação Cardiopulmonar (RCP) fornecem recomendações baseadas em evidências para otimizar a resposta frente a uma parada cardiorrespiratória (PCR), com foco em intervenções que aumentem as chances de sobrevida e preservação neurológica.

Com base nas diretrizes atuais da AHA para RCP em adultos, assinale a alternativa correta:

• Em casos de parada cardiorrespiratória testemunhada em adultos, o uso do desfibrilador deve preceder qualquer tentativa de compressões torácicas.

• A frequência ideal de compressões torácicas em adultos deve situar-se entre 120 a 140 compressões por minuto, buscando manter débito cardíaco adequado.

• É recomendável que o socorrista mantenha apoio contínuo sobre o tórax entre as compressões, para garantir estabilidade do ritmo de compressões durante a reanimação.

• As compressões torácicas devem ser realizadas com profundidade mínima de 5 cm, evitando compressões excessivas que ultrapassem 6 cm, para reduzir o risco de lesões internas.

•  Em RCP realizada por dois socorristas, a relação recomendada entre compressões torácicas e ventilações é de 30:1, mantendo o mínimo de interrupções nas compressões.

Você está atuando como fisioterapeuta em uma unidade de emergência e é acionado para avaliação funcional inicial de um paciente politraumatizado, vítima de acidente automobilístico de alta energia. O paciente apresenta rebaixamento do nível de consciência (Glasgow 12), múltiplas lesões externas e sinais vitais ainda dentro dos limites aceitáveis. Considerando sua atuação interdisciplinar e o raciocínio clínico voltado à identificação precoce de sinais de deterioração clínica, avalie os seguintes achados:

Qual achado abaixo representa o sinal mais preocupante, indicando instabilidade clínica iminente e exigindo intervenção imediata?

• Sangramento capilar difuso em extremidades, associado a escoriações e dor localizada à mobilização.

• Confusão mental com resposta verbal desorganizada e abertura ocular apenas à estimulação dolorosa.

• Presença de hematoma em flanco direito, sem rigidez abdominal ou alteração na ausculta de ruídos hidroaéreos.

• Taquipneia com frequência respiratória de 28 incursões por minuto, uso discreto de acessória e murmúrio vesicular presente bilateralmente.

• Pressão arterial sistólica de 108 mmHg e frequência cardíaca de 96 bpm, com enchimento capilar inferior a 2 segundos.

De acordo com as diretrizes mais recentes de Reanimação Cardiopulmonar (RCP) da American Heart Association (AHA), estabelecidas para situações de parada cardiorrespiratória em adultos, há uma sequência padronizada de ações que devem ser adotadas por profissionais treinados, com foco na manutenção da circulação e oxigenação tecidual.

Qual é a sequência correta de procedimentos que deve ser adotada por um socorrista ao se deparar com um adulto inconsciente, sem respiração e sem pulso?

• Iniciar imediatamente as compressões torácicas a uma taxa de 100 a 120 compressões por minuto, seguidas de duas ventilações de resgate, respeitando a proporção de 30:2.

• Verificar a via aérea antes de iniciar as compressões torácicas, garantindo a permeabilidade para posterior ventilação.

• Avaliar a responsividade e, se ausente, iniciar com duas ventilações de resgate antes das compressões torácicas.

• Aplicar compressões torácicas a uma taxa de 30 por minuto, intercalando com uma ventilação a cada 15 compressões.

• Realizar cinco ciclos de compressões torácicas contínuas antes de iniciar a ventilação, independentemente do acesso ao desfibrilador externo automático (DEA).

Um jovem de 24 anos, vítima de acidente automobilístico, é trazido ao pronto-socorro pelo SAMU. No atendimento pré-hospitalar, recebeu oxigenoterapia com máscara a 10 L/min. Na admissão à sala de emergência, apresenta rebaixamento do nível de consciência (Glasgow 9), respiração irregular e saturação de 85%.

Com base no protocolo ABCDE do trauma, qual das seguintes condutas é prioritária e mais adequada para garantir a estabilização inicial desse paciente?

• Iniciar avaliação neurológica completa (D – Disability) com aferição de reflexos e reatividade pupilar, para avaliar possível lesão encefálica.

• Solicitar exames de imagem (como tomografia de crânio e tórax) antes de realizar qualquer intervenção, para identificar lesões internas.

• Iniciar hidratação venosa rápida com solução cristaloide isotônica para corrigir possível choque hipovolêmico (C – Circulation), antes da abordagem da via aérea.

• Realizar intubação orotraqueal imediata para controle da via aérea e garantir ventilação adequada (A – Airway), considerando o nível de consciência rebaixado e a hipoxemia.

• Monitorar a saturação de oxigênio por 30 minutos com máscara de alto fluxo, mantendo o paciente em observação antes de definir condutas invasivas.

Você está em um ambiente externo e presencia um acidente em que um indivíduo sofre uma queda e apresenta sinais evidentes de fratura na tíbia, com dor intensa, inchaço e deformidade na perna. Considerando os princípios do atendimento inicial a vítimas de trauma, qual das alternativas apresenta as condutas corretas a serem adotadas no local do acidente até a chegada da equipe especializada?

• Avaliar a resposta verbal do paciente, colocar a perna lesionada em posição de repouso sem imobilização específica, e movimentar o paciente para área com sombra, mesmo que ele se queixe de dor intensa.

• Avaliar o nível de consciência, sinais vitais e perfusão periférica; imobilizar a perna com talas rígidas ou improvisadas, sem mover o membro, e manter o paciente em repouso, observando sinais de choque.

• Oferecer líquidos ao paciente para evitar desidratação, colocar gelo diretamente sobre a fratura, e movimentar o membro para reduzir a deformidade antes da chegada da equipe médica.

• Focar inicialmente na imobilização do membro, mesmo antes de avaliar o estado geral do paciente, e utilizar faixa elástica para comprimir o local da fratura com o objetivo de reduzir o inchaço.

• Elevar o membro lesionado acima do nível do coração para reduzir o edema, aplicar calor local e permitir que o paciente se desloque com apoio, se estiver consciente.