1ª Série - Filosofia: Cap. 5 a 7 - 2º BIM

Aristóteles elaborou uma teoria explicativa do ser fundamentada na ideia de quatro causas: a causa material (do que é feito), a causa formal (a forma ou essência), a causa eficiente (quem ou o que faz) e a causa final (a finalidade). Essa teoria foi determinante para o pensamento ocidental e influenciou áreas como a ciência, a ética e a teologia, principalmente na Idade Média.

A partir dessa perspectiva, qual das alternativas apresenta corretamente os quatro tipos de causas, exemplificando-os com base na construção de uma casa?

• Tijolo (eficiente), planta da casa (final), pedreiro (formal), moradia (material).

• Planta da casa (formal), tijolos (material), pedreiro (eficiente), servir de moradia (final).

• Tijolos (material), planta da casa (eficiente), pedreiro (formal), aluguel (final).

• Planta da casa (formal), pedreiro (material), cimento (eficiente), vender a casa (final).

• Projeto (final), arquiteto (eficiente), telhado (formal), areia (material).

Na filosofia aristotélica, todo ente natural é composto de matéria e forma, e seu movimento se dá pela passagem da potência ao ato. Essa explicação se opõe à ideia de que a mudança é uma simples ilusão ou uma desordem caótica, propondo uma ordem racional no processo de transformação da realidade.

Com base nessa perspectiva, é correto afirmar que, para Aristóteles:

• O ser é imóvel e eterno; qualquer mudança é ilusória.

• Toda mudança é aleatória e imprevisível, pois depende do acaso.

• A mudança ocorre porque os seres não têm uma essência fixa.

• O movimento é a atualização de uma potência, orientado por uma finalidade.

• A mudança se explica pela multiplicidade de mundos possíveis.

A ideia de justiça honorífica, segundo Aristóteles, está relacionada à distribuição de bens, cargos ou honrarias com base no mérito. Para ele, tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida de suas desigualdades, é agir justamente.

Dessa forma, imagine um contexto em que uma escola decide premiar os melhores alunos com bolsas de estudo e reconhecimento público. Um grupo de estudantes argumenta que todos deveriam receber o mesmo benefício, independentemente do desempenho.

Com base na noção de justiça honorífica aristotélica, a decisão da escola:

• é injusta, pois gera desigualdade entre os estudantes.

• é justa, pois recompensa de forma proporcional aqueles que mais se destacaram.

• é injusta, pois todos têm o direito igual ao acesso à educação e ao reconhecimento.

• é justa, pois promove a inclusão de todos, independentemente do mérito.

• é neutra, já que Aristóteles não considera a educação um bem passível de justiça.

Na teoria ética de Aristóteles, a virtude é desenvolvida por meio da repetição de ações justas, corajosas e prudentes, até que essas ações se tornem hábitos. A educação moral, assim, não se limita ao conhecimento teórico, mas exige a prática constante do bem.

Nesse contexto, assinale a alternativa que expressa corretamente a visão aristotélica da virtude moral:

• A virtude é inata e se manifesta espontaneamente quando o indivíduo segue suas paixões.

• A virtude é um dom concedido pelos deuses àqueles que praticam a contemplação filosófica.

• A virtude depende da vontade divina e não pode ser cultivada pela razão humana.

• A virtude é adquirida pelo hábito e orientada pela razão, sendo necessária para alcançar a felicidade.

• A virtude é um ideal inatingível, que apenas os sábios conseguem entender, mas não praticar.

“Acostuma-te à ideia de que a morte nada é para nós, pois todo bem e todo mal residem na sensação, e a morte é a privação da sensação. [...] Assim, o mais temível dos males, a morte, nada é para nós, uma vez que, quando estamos vivos, a morte não está presente; e, quando a morte se faz presente, então já não estamos.”

Epicuro. Carta a Meneceu.

A partir da perspectiva epicurista apresentada no trecho, é correto afirmar que:

• a morte deve ser temida, pois representa o fim das relações humanas e da consciência.

• a morte é um mal apenas para os que sobrevivem, já que estes sofrem com a ausência do ente querido.

• o medo da morte é irracional, pois ela não interfere na experiência do sujeito, sendo ausência de sensação.

• a consciência da morte leva o ser humano a buscar prazeres intensos para aproveitar a vida ao máximo.

• a filosofia de Epicuro valoriza o sofrimento como forma de alcançar a imortalidade da alma.

“Não é o que acontece com você, mas como você reage ao que acontece que importa.”

Epicteto (filósofo estóico)

A frase expressa um princípio fundamental do Estoicismo: a distinção entre aquilo que está sob nosso controle e aquilo que não está. Essa concepção está relacionada à busca pela ataraxia, pois:

• permite ao indivíduo evitar todos os sofrimentos físicos e emocionais.

• ensina a resignação absoluta diante de qualquer injustiça sofrida.

• conduz à liberdade interior, ao focar no domínio de si mesmo.

• sugere que a razão deve ser usada para modificar o mundo externo.

• afirma que tudo que ocorre é fruto da vontade divina e imutável.

A Patrística foi um período filosófico-teológico importante na história do pensamento ocidental, marcado pelo esforço de harmonizar a fé cristã com a razão filosófica grega. Um dos principais representantes dessa tradição foi Santo Agostinho (354–430), que refletiu sobre temas como a origem do mal, a verdade e a relação entre Deus e a alma humana.

Sobre o pensamento patrístico de Santo Agostinho, assinale a alternativa correta:

• Para Santo Agostinho, o mal é uma força autônoma que se opõe a Deus, existindo como realidade concreta.

• Santo Agostinho defende que o conhecimento verdadeiro só pode ser obtido pela experiência sensível.

• A razão, segundo Santo Agostinho, deve ser abandonada em favor da fé, pois ambas são incompatíveis.

• O mal, para Santo Agostinho, não possui existência própria, sendo a ausência do bem na vontade livre do ser humano.

• Santo Agostinho considera que a alma humana não pode ter acesso à verdade, pois esta pertence apenas à divindade.

Agostinho de Hipona, filósofo e teólogo do século IV, defende que a fé e a razão são caminhos complementares para a busca da verdade. Para ele, a razão é importante para compreender e aprofundar a fé, mas sem a fé, a razão é limitada. Considerando essa perspectiva, assinale a alternativa que melhor expressa a concepção agostiniana da relação entre fé e razão:

• A razão é o único caminho válido para alcançar a verdade, e a fé é um obstáculo para o conhecimento.

• A fé precede a razão e é o ponto de partida para o verdadeiro entendimento, pois a razão esclarece os mistérios da fé.

• A fé e a razão são independentes e não podem se influenciar mutuamente.

• A razão deve submeter-se completamente à fé, sem questionar, mesmo quando parecer irracional.

• A fé deve ser abandonada quando a razão entra em conflito com as doutrinas religiosas.

Na filosofia de Agostinho de Hipona, o conceito de livre-arbítrio está profundamente relacionado com a graça divina. Para Agostinho, a vontade humana é livre, porém insuficiente para alcançar a verdadeira justiça e salvação sem a ação da graça de Deus.

Essa relação implica que:

• O livre-arbítrio é eliminado pela graça, que determina todos os atos humanos.

• A graça divina é uma ajuda indispensável para que o ser humano possa exercer plenamente o seu livre-arbítrio em direção ao bem.

• O ser humano pode alcançar a salvação apenas por suas próprias forças, utilizando seu livre-arbítrio sem auxílio divino.

• O livre-arbítrio é condicionado pela razão, e a graça atua apenas no campo emocional.

• A graça divina só é necessária para aqueles que não possuem livre-arbítrio.

Durante o período patrístico, os primeiros pensadores cristãos enfrentaram o desafio de explicar racionalmente as doutrinas cristãs para um público formado em grande parte por filósofos de tradição greco-romana. Esse contexto levou à construção de um diálogo entre a fé e a razão, caracterizando o esforço intelectual da Patrística.

Nesse contexto, a Patrística pode ser compreendida como:

• Um movimento que rejeitou completamente a filosofia pagã, considerando-a incompatível com a fé cristã.

• Um esforço de síntese entre o pensamento filosófico clássico e as verdades da fé cristã, visando à formação teológica da Igreja.

• A substituição dos textos filosóficos antigos pelos Evangelhos, sem qualquer referência aos conceitos filosóficos anteriores.

• A fase em que os pensadores cristãos propuseram uma visão cética sobre o mundo sensível, retomando o materialismo epicurista.

• Uma retomada do aristotelismo como única base racional da teologia cristã, rompendo com Platão e seus seguidores.