Desafio filosófico - 1° bloco - 3° trimestre

Durante o intervalo, um grupo de estudantes do 2º ano discute sobre qual time de futebol é o melhor. Cada um grita um argumento, tentando fazer sua opinião prevalecer pela insistência. Um professor de filosofia que passa por perto sorri e pensa: 'Isso me lembra os sofistas'. Por que o professor fez essa associação irônica?

• Porque o professor acredita que os alunos estão usando o método socrático para encontrar a verdade sobre o melhor time de futebol.

• Porque os alunos demonstram uma preocupação genuína em definir critérios universais e racionais para estabelecer a verdade sobre o esporte.

• Porque os estudantes, assim como os sofistas, estavam cobrando para ensinar uns aos outros a arte de argumentar no pátio do colégio.

• Porque os sofistas eram conhecidos por serem grandes fãs de esportes na Grécia Antiga e por promoverem debates acalorados nas assembleias.

• Porque os sofistas, assim como os alunos, valorizavam mais o poder de convencimento e a vitória no debate do que a busca por uma verdade objetiva sobre qual time é, de fato, o melhor.

Na aula de Biologia, um estudante afirma categoricamente: 'É óbvio que o ser humano é o centro do universo, todos sabem disso'. O professor de filosofia, que ouviu a conversa, poderia usar o pensamento de Sócrates para ironizar essa certeza. Qual seria a crítica socrática a essa frase?

• Sócrates concordaria, pois na Grécia Antiga o antropocentrismo era a única visão de mundo aceita e ele defendia as tradições.

• Sócrates diria que o estudante é um sofista, pois está usando a retórica para convencer os colegas de uma mentira.

• Sócrates aplaudiria a eloquência do estudante, pois o importante é a beleza do discurso, e não a verdade do que é dito.

• Sócrates questionaria essa 'certeza' do senso comum, mostrando que o verdadeiro conhecimento começa com o reconhecimento da própria ignorância, resumido na frase 'só sei que nada sei'.

• Nenhuma das alternativas.

Um professor de História, ao explicar a importância da democracia em Atenas, afirma: 'Naquela época, saber usar a retórica era uma questão de poder, pois as decisões eram tomadas em assembleias. Quem falava melhor, vencia'. Essa afirmação reforça a ideia de que:

• Apenas as pessoas que buscavam a verdade absoluta, e não a persuasão, conseguiam ter sucesso na política ateniense.

• Os sofistas se tornaram extremamente populares ao ensinar a arte da retórica para jovens que desejavam poder e influência na vida pública.

• A filosofia não tinha relevância em Atenas, pois o que importava era apenas a habilidade de falar em público.

• A democracia ateniense era falha porque não permitia que os cidadãos expressassem suas opiniões livremente nas assembleias.

• Sócrates era o político mais poderoso de Atenas, pois ele era quem fazia as melhores perguntas para a população.

Um estudante muito tímido do Colégio Dr. Marins Alves de Camargo tem pavor de apresentar trabalhos na frente da turma. Um colega o aconselha: 'Cara, você tem que ser corajoso!'. Segundo a ética de Aristóteles, o que seria agir com a virtude da coragem nessa situação?

• Ignorar o conselho, pois para Aristóteles a virtude da coragem já nasce com a pessoa, e se ele não a tem, não há nada a fazer.

• Enfrentar o medo, preparar-se bem e apresentar o trabalho da melhor forma possível, mesmo sentindo um frio na barriga.

• Pedir para o colega apresentar o trabalho em seu lugar, praticando assim a virtude da amizade, que é superior à da coragem.

• Subir na mesa, gritar o conteúdo do trabalho e desafiar o professor, pois isso seria uma demonstração máxima de ausência de medo (temeridade).

• Desistir de apresentar o trabalho, pois a timidez é um vício por falta e é melhor não fazer nada (covardia)

Uma professora percebe que sempre que começa a dar aulas de reforço gratuitas depois do horário, alguns alunos começam a chegar, mas se ela para por uma semana, eles desistem. Ela conclui que, para eles criarem o 'hábito' de estudar, a prática precisa ser constante. Essa percepção da professora dialoga diretamente com qual ideia de Aristóteles?

• Com a ideia de que a Eudaimonia (felicidade) é o único objetivo, e os alunos só estudarão se isso lhes trouxer prazer imediato.

• Com a ideia de que a virtude é o meio-termo, pois estudar demais ou de menos são vícios.

• Com a ideia socrática de que o conhecimento verdadeiro já está dentro dos alunos e só precisa ser 'parido'.

• Com a ideia de que a retórica é mais importante que o conteúdo, pois o hábito de estudar depende de um discurso convincente.

• Com a ideia de que a virtude não é inata, mas adquirida pelo hábito. Assim como nos tornamos justos praticando a justiça, os alunos se tornam estudiosos praticando o estudo.

O diretor do colégio institui um prêmio de 'Aluno do Mês' para quem tiver as melhores notas. A intenção é boa, mas um professor de filosofia pondera, com ironia: 'Será que estamos buscando a Eudaimonia ou apenas um prazer momentâneo?'. Qual a crítica, baseada em Aristóteles, que está implícita nessa pergunta?

• O professor está, na verdade, elogiando a iniciativa, pois para Aristóteles a felicidade é a soma de vários prazeres momentâneos como ganhar prêmios.

• A pergunta sugere que Sócrates estaria mais preocupado em questionar o diretor sobre o que é um 'prêmio' do que com a felicidade dos alunos.

• A crítica se baseia no fato de que os sofistas venderiam seus discursos para ajudar os alunos a ganharem o prêmio a qualquer custo.

• A crítica é que, para Aristóteles, a verdadeira felicidade (Eudaimonia) vem da prática constante das virtudes e da realização plena, e não de recompensas externas ou da alegria passageira de ganhar um prêmio.

• O professor acredita que prêmios são antiéticos, pois a virtude está em não competir com os colegas, praticando a covardia.

Na aula de Língua Portuguesa, o professor pede para os alunos escreverem uma redação defendendo um ponto de vista. Ele insiste: 'Não basta dizer o que vocês acham. Usem dados, exemplos e lógica!'. A preocupação do professor em diferenciar uma opinião de um argumento bem fundamentado o aproxima de qual pensador e por quê?

• De ninguém, pois essa é uma preocupação exclusiva dos professores de Língua Portuguesa e não tem relação com a Filosofia.

• Dos sofistas, pois o mais importante na redação do ENEM é o uso de um vocabulário eloquente e de uma linguagem bonita para impressionar o corretor.

• De Sócrates, que criticava o senso comum (a mera opinião) e defendia que o conhecimento verdadeiro deveria ser baseado na razão e no exame crítico.

• De Aristóteles, pois a única virtude que importa na escrita é a coragem de expressar o que se pensa, independentemente dos argumentos.

• Dos sofistas, pois eles ensinavam a usar a lógica apenas para parecer mais inteligente e vencer o debate a qualquer custo.

Um aluno é pego colando em uma prova. A pedagoga, em vez de simplesmente aplicar a punição, conversa com ele. Ao final, o aluno admite: 'Eu sei que errei, não foi certo'. Esse momento em que o aluno percebe que seu 'conhecimento' sobre como se dar bem era falso e contraditório pode ser associado à primeira fase do método socrático, a:

• Eudaimonia, pois ao admitir o erro, o aluno alcança a felicidade plena e duradoura de uma vida virtuosa.

• Ironia, pois o aluno é levado a reconhecer a própria contradição e a falsidade de sua certeza inicial.

• Justa medida, pois ele percebeu que o ideal não é colar tudo, nem não colar nada, mas colar só um pouco.

• Retórica, pois o aluno está apenas dizendo o que a pedagoga quer ouvir para se livrar da punição.

• Maiêutica, pois o aluno está criando um novo método de cola mais eficiente para a próxima prova.

Hoje, em tempos de redes sociais, vemos 'influencers' que são muito populares não por terem argumentos sólidos, mas por usarem uma linguagem que gera engajamento, apela para a emoção e cria uma imagem de sucesso. Essa situação é uma versão moderna e irônica do poder de qual conceito da Grécia Antiga?

• Da frase 'só sei que nada sei', pois a principal característica dos influencers é a humildade intelectual e o reconhecimento da própria ignorância.

• Da maiêutica, pois os seguidores estão 'dando à luz' a um novo senso crítico ao consumir o conteúdo dos influencers.

• Do método socrático, pois os influencers ajudam seus seguidores a questionarem a si mesmos e a encontrarem a verdade.

• Da Retórica, que, assim como nos tempos dos sofistas, continua sendo uma poderosa ferramenta para persuadir e ganhar influência, muitas vezes independentemente da veracidade do conteúdo.

• Da ética das virtudes, pois ser um influencer de sucesso exige a prática de todas as virtudes aristotélicas no seu meio-termo.

Um professor do Colégio Dr. Marins Alves de Camargo se recusa a usar o 'data show' e só dá aulas com giz e lousa, dizendo: 'Bom mesmo era no meu tempo'. Outro professor, recém-formado, quer usar apenas jogos e aplicativos, afirmando que 'o método tradicional morreu'. Segundo a ética de Aristóteles, onde estaria a virtude na prática pedagógica?

• Em não dar aula, pois o silêncio é o meio-termo entre a lousa e a tecnologia, representando a verdadeira sabedoria.

• No meio-termo: saber usar as ferramentas adequadas para cada situação, combinando recursos tradicionais e tecnológicos de forma equilibrada para atingir o objetivo do ensino.

• Na opinião dos alunos, pois para Aristóteles a virtude é definida pelo que a maioria das pessoas considera correto.

• Na atitude do professor mais novo, pois a inovação é sempre virtuosa e a tradição é um vício

• Na atitude do professor mais velho, pois a tradição é sempre virtuosa e a tecnologia é um vício.