Revisão - ENEM - 3º ano

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Quiz

Arts, Education, History

3rd Grade

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Paulo Neto

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10 questions

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1.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

3 mins • 1 pt

Menina


A máquina de costura avançava decidida sobre o pano. Que bonita que a mãe era, com os alfinetes na boca. Gostava de olhá-la calada, estudando seus gestos, enquanto recortava retalhos de pano com a tesoura. Interrompia às vezes seu trabalho, era quando a mãe precisava da tesoura. Admirava o jeito decidido da mãe ao cortar pano, não hesitava nunca, nem errava. A mãe sabia tanto! Tita chamava-a de ( ) como quem diz ( ). Tentava não pensar as palavras, mas sabia que na mesma hora da tentativa tinha-as pensado. Oh, tudo era tão difícil. A mãe saberia o que ela queria perguntar-lhe intensamente agora quase com fome depressa depressa antes de morrer, tanto que não se conteve e – Mamãe, o que é desquitada? – atirou rápida com uma voz sem timbre. Tudo ficou suspenso, se alguém gritasse o mundo acabava ou Deus aparecia – sentia Ana Lúcia. Era muito forte aquele instante, forte demais para uma menina, a mãe parada com a tesoura no ar, tudo sem solução podendo desabar a qualquer pensamento, a máquina avançando desgovernada sobre o vestido de seda brilhante espalhando luz luz luz.


ÂNGELO. I. Menina. In: A face horrível. São Paulo: Lazuli, 2017.


Escrita na década de 1960, a narrativa põe em evidência uma dramaticidade centrada na

insinuação da lacuna familiar gerada pela ausência da figura paterna.

associação entre a angústia da menina e a reação intempestiva da mãe.

relação conflituosa entre o trabalho doméstico e a emancipação feminina.

representação de estigmas sociais modulados pela perspectiva da criança.

2.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

3 mins • 1 pt

Os subúrbios do Rio de Janeiro foram a primeira coisa a aparecer no mundo, antes mesmo dos vulcões e dos cachalotes, antes de Portugal invadir, antes do Getúlio Vargas mandar construir casas populares. O bairro do Queím, onde nasci e cresci, é um deles. Aconchegado entre o Engenho Novo e Andaraí, foi feito daquela argila primordial, que se aglutinou em diversos formatos: cães soltos, moscas e morros, uma estação de trem, amendoeiras e barracos e sobrados, botecos e arsenais de guerra, armarinhos e bancas de jogo do bicho e um terreno enorme reservado para o cemitério. Mas tudo ainda estava vazio: faltava gente.

Não demorou. As ruas juntaram tanta poeira que o homem não teve escolha a não ser passar a existir, para varrê-las. À tardinha, sentar na varanda das casas e reclamar da pobreza, falar mal dos outros e olhar para as calçadas encardidas de sol, os ônibus da volta do trabalho sujando tudo de novo.


HERINGER, V. O amor dos homens avulsos. São Paulo: Cia. das Letras, 2016.


Traçando a gênese simbólica de sua cidade, o narrador imprime ao texto um sentido estético fundamentado na

excentricidade dos bairros cariocas de sua infância.

perspectiva caricata da paisagem de traços deteriorados.

importância dos fatos relacionados à história dos subúrbios.

diversidade dos tipos humanos identificados por seus hábitos.

3.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

3 mins • 1 pt

1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.

2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia.

3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.

4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.

5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.

6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais.


MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas europeias e Modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.


O documento de Marinetti, de 1909, propõe os referenciais estéticos do Futurismo, que valorizam a

composição estática.

inovação tecnológica.

suspensão do tempo.

retomada do helenismo.

4.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

3 mins • 1 pt

Essa lua enlutada, esse desassossego

A convulsão de dentro, ilharga

Dentro da solidão, corpo morrendo

Tudo isso te devo. E eram tão vastas

As coisas planejadas, navios,

Muralhas de marfim, palavras largas

Consentimento sempre. E seria dezembro.

Um cavalo de jade sob as águas

Dupla transparência, fio suspenso

Todas essas coisas na ponta dos teus dedos

E tudo se desfez no pórtico do tempo

Em lívido silêncio. Umas manhãs de vidro

Vento, a alma esvaziada, um sol que não vejo


Também isso te devo.


HILST, H. Júbilo, memória, noviciado da paixão. São Paulo: Cia. Das Letras, 2018.


No poema, o eu lírico faz um inventário de estados passados espelhados no presente. Nesse processo, aflora o

cuidado em apagar da memória os restos do amor.

amadurecimento revestido de ironia e desapego.

mosaico de alegrias formado seletivamente.

desejo reprimido convertido em delírio.

5.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

3 mins • 1 pt

A viagem


Que coisas devo levar

nesta viagem em que partes?

As cartas de navegação só servem

a quem fica.

Com que mapas desvendar

um continente

que falta?

Estrangeira do teu corpo

tão comum

quantas línguas aprender

para calar-me?

Também quem fica

procura

um oriente.

Também

a quem fica

cabe uma paisagem nova

e a travessia insone do desconhecido

e a alegria difícil da descoberta.

O que levas do que fica,

o que, do que levas, retiro?


MARQUES, A. M. In: SANT’ANNA, A (Org.). Rua Aribau. Porto Alegre: Tag, 2018.


A viagem e a ausência remetem a um repertório poético tradicional. No poema, a voz lírica dialoga com essa tradição, repercutindo a

saudade como experiência de apatia.

presença da fragmentação da identidade.

negação do desejo como expressão de culpa.

revelação de rumos projetada pela vivência da solidão.

6.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

3 mins • 1 pt

Ela nasceu lesma, vivia no meio das lesmas, mas não estava satisfeita com sua condição. Não passamos de criaturas desprezadas, queixava-se. Só somos conhecidas por nossa lentidão. O rastro que deixaremos na História será tão desprezível quanto a gosma que marca nossa passagem pelos pavimentos.

A esta frustração correspondia um sonho: a lesma queria ser como aquele parente distante, o escargot. O simples nome já a deixava fascinada: um termo francês, elegante, sofisticado, um termo que as pessoas pronunciavam com respeito e até com admiração. Mas, lembravam as outras lesmas, os escargots são comidos, enquanto nós pelo menos temos chance de sobreviver. Este argumento não convencia a insatisfeita lesma, ao contrário: preferiria exatamente terminar sua vida desta maneira, numa mesa de toalha adamascada, entre talheres de prata e cálices de cristal. Assim como o mar é o único túmulo digno de um almirante batavo, respondia, a travessa de porcelana é a única lápide digna dos meus sonhos.


SCLIAR, M. Sonho de lesma. In: ABREU, C. F. et al. A prosa do mundo. São Paulo: Global, 2009.


Incorporando o devaneio da personagem, o narrador compõe uma alegoria que representa o anseio de

rejeitar metas de superação de desafios.

restaurar o estado de felicidade de desafios.

materializar expectativas de natureza utópica.

rivalizar com indivíduos de condição privilegiada.

7.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

3 mins • 1 pt

– Famigerado? [...]

– Famigerado é “inóxio”, é “célebre”, “notório”, “notável” ...

– Vosmecê mal não veja em minha grossaria no não entender. Mais me diga: é desaforado? É caçoável? É de arrenegar? Farsância? Nome de ofensa?

– Vilta nenhuma, nenhum doesto. São expressões neutras, de outros usos ...

– Pois ... e o que é que é, em fala de pobre, linguagem de em dia de semana?

– Famigerado? Bem. É: “importante”, que merece louvor, respeito ...


ROSA, G. Famigerado. In: Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.


Nesse texto, a associação de vocábulos da língua portuguesa a determinados dias da semana remete ao

local de origem dos interlocutores.

estado emocional dos interlocutores.

grau de coloquialidade da comunicação.

nível de intimidade entre os interlocutores.

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