1ª série - 3ª AAS -3

No contexto da expansão marítima e comercial europeia dos séculos XV e XVI, Portugal despontou com destaque por reunir algumas características que se mostraram fundamentais nesse processo. Entre os aspectos que facilitaram a expansão marítima de Portugal, pode-se destacar a

• presença de densas florestas necessárias à construção de navios e as grandes recompensas financeiras aos marinheiros dispostos a navegar.

• centralização política, com monarquia ligada à burguesia mercantil, o investimento em tecnologia náutica e a posição geográfica privilegiada.

• fundação da República Constitucional Portuguesa, a adoção de práticas de navegação medievais e a compra de navios especiais franceses.

• ocorrência de concursos que premiavam os navegadores que descobrissem novas rotas de comércio com a Inglaterra.

• união política com a Coroa espanhola, a espionagem e sabotagem sobre as nações concorrentes e o espírito aventureiro.

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O pioneirismo português, no contexto da expansão marítima e comercial da Europa, foi resultado de uma série de características que foram constituídas historicamente. A primeira delas foi a captação de pro ssionais que desenvolveram conhecimentos necessários à navegação, como astrônomos, geógrafos, navegadores etc., para servirem à Coroa portuguesa. Outro aspecto foi a própria formação monárquica unida, centralizada e próxima a valores mercantis da burguesia em ascensão, que desejava ampliar seus negócios. A posição geográ-  ca privilegiada em relação à costa da África, primeiro território objeto das chamadas Grandes Navegações, também foi um fator que in uenciou o desenvolvimento marítimo e comercial de Portugal.

Os humanistas eram pesquisadores, investigadores e estudiosos da Antiguidade greco-romana que acabaram produzindo um movimento de exaltação do homem, colocando-o no centro dos debates e das reflexões e, assim, valorizando o antropocentrismo em oposição à condição teocêntrica da Igreja na Idade Média. Segundo o Humanismo, o ser humano possui livre-arbítrio e é capaz de realizar grandes feitos. No contexto do chamado Renascimento Cultural, vivido na Europa entre os séculos XIV e XVI, pode-se dizer que o Humanismo representou o(a)

• surgimento de uma nova maneira de pensar a fé cristã, caracterizada por um retorno aos primórdios da Igreja e pela busca da salvação do homem.

• mudança na forma de entender o mundo em relação às concepções vigentes na Era Medieval, colocando o homem e a razão no centro da vida social.

• permanência dos valores religiosos da sociedade medieval, tomando Deus como referência principal para a elaboração de respostas sobre a natureza.

• transformação na religião, visto que, na teologia católica romana, o homem foi elevado à categoria de semideus, tido como responsável pela sua própria salvação.

• continuidade do pensamento medieval, isto é, valorização da cultura oriental, da razão e da criticidade sobre o funcionamento da natureza, além do incentivo ao comércio e ao lucro.

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O conceito de Humanismo é uma forma de caracterizar o surgimento de uma nova concepção global sobre a vida e a sociedade surgidas no  nal da Idade Média, entre os círculos mais proeminentes das principais cidades comerciais europeias. É resultante de uma série de transformações, como o desenvolvimento do comércio e dos contatos culturais com o Oriente, a crescente urbanização das cidades comerciais, relativa diminuição da in uência da Igreja Católica, além da aproximação e da valorização de conhecimentos oriundos da Antiguidade Clássica greco-romana. Desse conjunto de transformações, o homem e a razão emergiram como referência principal para compreender a natureza e a vida social e para as artes e a  loso a.

A também chamada Revolução Científica gerou inúmeras e importantes descobertas no campo das ciências, com destaque para o Heliocentrismo, de Nicolau Copérnico, complementado por Galileu Galilei e por Johann Kepler, que afirmava que a Terra e os outros planetas giravam em torno do Sol, contrariando a Teoria Geocêntrica de Ptolomeu, aceita até então. O Renascimento Científico, iniciado no século XVII, está diretamente ligado às mudanças que se desenvolviam no âmbito cultural e possui, como uma de suas características, a

• busca pelo conforto espiritual alcançável por meio da correta compreensão dos ensinamentos da Igreja.

• criação de escolas abertas ao povo, cujo objetivo principal era estimular o aperfeiçoamento filosófico coletivo.

• crença nos conhecimentos transmitidos pela tradição, por meio dos livros sagrados, da fé e da aceitação.

• observação e investigação da natureza e de seus fenômenos, por meio da razão, da criticidade e da experimentação.

• colaboração de cientistas com a Igreja, visto que ambos defendiam a ciência como caminho para salvação das almas.

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A Revolução Cientí ca do século XVII marca um momento de iinfleexão sobre o que até então se entendia por ciência. Pesquisas como as desenvolvidas por Galileu Galilei, Nicolau Copérnico e Isaac Newton, que demonstraram como as causas e o funcionamento do Universo ou da natureza eram observáveis, quanti cáveis e explicáveis matematicamente, mostraram-se revolucionárias. Para tanto, a racionalidade, a criticidade e a experimentação eram condições básicas para o processo e o sucesso desse tipo de atividade intelectual.

O primeiro produto importante da economia colonial brasileira a exigir a estruturação de um sistema produtivo complexo foi o açúcar. Primeiro, porque era um produto de alta demanda no mercado europeu; segundo, porque os portugueses já tinham larga experiência de produção em suas colônias insulares africanas (Açores, Madeira, Cabo Verde e São Tomé) bem como em Angola; e, por fim, em virtude da existência de condições ambientais favoráveis no litoral das capitanias do norte, atual nordeste brasileiro. Historicamente, entre os eixos básicos sobre os quais a economia açucareira se organizou, está a produção

• em larga escala, por meio de trabalhadores livres portugueses, para abastecer as colônias africanas.

• em latifúndio monocultor, baseada em mão de obra essencialmente escrava e voltada para o mercado externo.

• em pequena escala, voltada para o consumo interno e baseada em mão de obra exclusivamente livre e assalariada.

• de açúcar para o comércio com a Inglaterra, em fazendas de pequeno porte e baseada em mão de obra assalariada.

• de açúcar bruto, para o mercado interno, e de produtos derivados, tais como melaço e cachaça, para o mercado europeu.

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A economia do açúcar nas capitanias do norte, especialmente as do litoral voltado para a costa africana (o que corresponde à atual localização que vai do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia), desenvolveu-se intimamente relacionada ao interesse europeu pelos produtos agrários tropicais. Nesse sentido, era uma produção em larga escala, daí a necessidade de grandes fazendas (latifúndios) voltadas, quase que exclusivamente, para exportação. Dada uma série de fatores econômicos e religiosos, a mão de obra utilizada era a escrava/africana. Esse período econômico da colônia  cou conhecido como ciclo do açúcar.

Após um período de relativo desinteresse de Portugal pela sua possessão americana, entre 1500 e 1530, também chamado de Período Pré-Colonial, iniciaram-se sucessivas tentativas de implementar um projeto colonizador na América portuguesa. O primeiro formato administrativo adotado pela Coroa portuguesa foi o de capitanias hereditárias, reproduzindo a experiência exitosa que obtivera nas colônias africanas. As capitanias hereditárias constituíam um sistema no qual

• os nativos elegiam capitães que administrariam a colônia, repassando o poder hereditariamente.

• a nobreza estabelecia parceria com monarquias europeias, como a francesa e a inglesa, que também exploravam a colônia portuguesa.

• a Coroa concedia terras e direitos de exploração ao donatário em troca de pagamento de rendimentos e preservação de monopólios reais.

• a Igreja era chamada a criar uma forma de administração em que cada ordem religiosa recebia uma faixa de terra.

• os grupos étnicos africanos aliados aos portugueses no comércio de escravos recebiam terras na América para exploração.

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O sistema de capitanias hereditárias aplicado no Brasil pode ser entendido como uma espécie de parceria entre a Coroa, a pequena nobreza e a burguesia portuguesas, já que, por meio desse sistema, o rei concedia a posse de grandes territórios na colônia americana, atribuindo poder e potencial prestígio aos donatários, que se responsabilizavam por investir e gerar lucros para si no âmbito do comércio transatlântico mercantilista. Em contrapartida, o tesouro real recebia rendimentos sobre esses lucros, o que garantia o monopólio da maioria das atividades econômicas. Embora engenhoso, o sistema foi, em geral, um grande fracasso no Brasil, devido ao desinteresse da maior parte dos donatários, à constante resistência nativa e às dimensões do território a ser controlado.

A França invadiu o Rio de Janeiro em 1555 e o Maranhão em 1612. A Holanda dominou e ocupou as capitanias da Bahia e de Pernambuco ao longo das décadas de 1620 até 1650, período em que também dominou a colônia portuguesa de Angola, na África. Em ambos os casos, interesses econômicos, políticos e religiosos estavam envolvidos nas disputas que invariavelmente incluíam prejuízos, negociações diplomáticas, guerras e mortes. As disputas geopolíticas entre as nações europeias citadas no texto tinham como principal plano de fundo o(a)

• noção de que, quanto mais territórios fossem conquistados, maior seria a condição de abrigar os príncipes que não virariam reis.

• negação do reconhecimento dos acordos em que Portugal e Espanha dividiam entre si os territórios e as riquezas da América.

• interesse, por parte de todos os países europeus envolvidos, em participar do cotidiano dos povos nativos da América.

• busca por conhecimento relativo aos prováveis benefícios medicinais das ervas, raízes e folhas da flora brasileira.

• tentativa de criar condições financeiras para empreender a invasão de uma nação sobre a outra, na Europa.

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O contexto geopolítico da Europa nos séculos XVI e XVII é marcado pela consolidação das monarquias absolutistas e pela economia mercantilista. A posse de colônias destinadas à exploração de produtos agrícolas e extração de metais preciosos aparecia como estratégia das mais concorridas para as políticas externas nacionais. Nesse ínterim, Portugal e Espanha despontaram, já no  nal do século XV e início do XVI, como nações de destaque na descoberta e no controle das rotas comerciais para África e Ásia, além da descoberta de um novo continente, a América. Para assegurar esse predomínio, estabeleceram acordos que dividiam o Novo Mundo entre ambos. É exatamente a não aceitação desses acordos e as disputas daí decorrentes que explicam a presença francesa e holandesa no Brasil e as disputas travadas entre essas nações.

Denominam-se civilizações pré-colombianas ou civilizações ameríndias as sociedades nativas das Américas que possuíam elevado nível de desenvolvimento econômico, político, cultural e social no período imediatamente anterior ao da chegada de Colombo. Embora cada sociedade apresentasse elementos específicos, elas possuíam alguns traços em comum, como a economia baseada na agricultura e no artesanato, a estratificação social, o desenvolvimento de cidades e o politeísmo religioso. No entanto, uma das civilizações ameríndias destacou-se pelo progresso na observação sistemática da natureza, o que lhes permitiu medir com precisão movimentos de corpos celestes, desenvolver calendários, elaborar um sistema matemático de quantificação e cálculos complexos, que ainda foram aplicados à construção de templos, palácios e pirâmides. Essas são características que marcam a cultura da civilização

• asteca.

• inca.

• maia.

• mapuche.

• tolteca.

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A civilização maia viveu no território da Mesoamérica, que atualmente corresponde ao sudeste mexicano (Península de Yucatán), Guatemala, Belize e parte de Honduras. À época da chegada dos espanhóis, os maias já haviam entrado em decadência, mas, em seu período áureo, seus sacerdotes avançaram na sistematização do conhecimento advindo da observação do Sol e da Lua. A partir disso, criaram calendários extremamente precisos e observaram o movimento do planeta Vênus, calculando seu alinhamento com a Terra, progresso possível mediante criação de um sistema matemático com base vigesimal e noção sobre o zero.

Os conquistadores, no século XVI, liderados por Francisco Pizarro, […] se aproveitaram de seus conflitos internos para exercer controle sobre a região. Pizarro aproveitou-se das divisões internas entre os herdeiros Huascár e Atahualpa, que disputavam a condição sucessória de “filhos do Sol”. Atahualpa derrotou seu irmão e assumiu o controle do império. No entanto, quando os espanhóis chegaram ao Peru, os nativos estavam enfraquecidos devido aos anos de combate. O texto faz referência à história da desarticulação, por meio dos colonizadores espanhóis, de uma grande civilização denominada Império

• Araucano.

• Babilônico.

• Inca.

• Maia

• Tupi-Guarani.

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O texto faz referência ao Império Inca, que foi derrotado pelas tropas do colonizador espanhol Francisco Pizarro. Tal como ocorrido no confronto entre espanhóis e astecas, o Império Inca foi derrotado por tropas espanholas e pelo consórcio de forças que os espanhóis arregimentaram, somando a si facções incaicas, em con ito interno pela sucessão no comando do Império, e tribos descontentes com a dominação que sofriam do “Império do Sol”. Os centros de poder do Império Inca localizam-se no território do atual Peru.

Para dar conta dos interesses mercantilistas espanhóis, os nativos americanos foram conquistados militarmente e inseridos posteriormente na economia produtiva agrária e de extração de minerais. Fazendo uso de próprias práticas nativas como o “regime de servidão coletiva”, os espanhóis exploraram os ameríndios mesclando práticas de servidão com escravismo moderno, provocando uma avassaladora transformação na estrutura das sociedades nativas. As principais consequências desse processo histórico para os povos ameríndios foram

• integração e diversificação.

• saudade e prosperidade.

• genocídio e etnocídio

• riqueza e progresso.

• saúde e sabedoria

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O processo de colonização e evangelização da América espanhola trouxe como consequência básica o extermínio da cultura das sociedades nativas, seja por meio de guerras e doenças, para as quais se computam dezenas de milhões de indivíduos mortos, seja por meio da destruição dos seus costumes, práticas ancestrais e línguas. Nesse caso, o processo de colonização foi acompanhado de um genocídio (ato de destruir um grupo humano por meio de assassinato) e um etnocídio (ato de destruição dos elementos característicos de um povo, de uma sociedade, em nível material, como templos e obras de arte, e em nível imaterial, como a língua, a religião e os costumes).