2ª Série - Filosofia: Cap. 4 a 6 - 2º BIM

A filosofia hegeliana é marcada por um processo dialético que busca compreender o desenvolvimento da realidade e do pensamento humano. Segundo Hegel, esse processo ocorre por meio da superação de contradições internas, num movimento que ele denominou de "dialética", composto pelas etapas de tese, antítese e síntese.

Com base nessa concepção, a dialética hegeliana pode ser compreendida como:

• uma forma de pensamento que valoriza apenas a tese como verdade absoluta.

• um método de repetição lógica que elimina as contradições do pensamento.

• um processo linear de desenvolvimento do conhecimento sem rupturas.

• um movimento de contradições que leva à superação e à síntese de ideias opostas.

• uma visão estática da realidade, que permanece sempre a mesma.

Hegel concebe a história da humanidade como o processo de realização da liberdade por meio do desenvolvimento da razão. Em sua filosofia, a história não é um conjunto de fatos isolados, mas um percurso racional e necessário que revela a consciência de liberdade no espírito humano.

Nessa perspectiva, a história, para Hegel, é:

• um conjunto aleatório de eventos sem direção definida.

• determinada unicamente pelas ações individuais dos heróis.

• um movimento racional em que o Espírito realiza sua liberdade.

• uma repetição cíclica de conflitos entre povos e culturas.

• determinada apenas por fatores econômicos e materiais.

“Na dialética hegeliana, o desenvolvimento do espírito e da história se dá por meio da superação das contradições, num processo que não apaga o passado, mas o conserva em um novo estágio. Esse movimento é representado por uma espiral, pois cada síntese se torna nova tese, reiniciando o ciclo em um nível mais elevado.”

Com base nesse entendimento, é possível afirmar que o conceito de espiral hegeliana está vinculado:

• à ideia de repetição eterna dos ciclos históricos, nos quais nada muda substancialmente.

• à noção de que a história caminha de forma linear e sem contradições, rumo a um fim pré-determinado.

• ao entendimento de que o progresso histórico ocorre pela negação do passado e construção do novo sem vínculos.

• à visão de que o saber humano evolui superando e integrando contradições anteriores em níveis mais altos.

• à crítica ao racionalismo moderno, defendendo que o espírito humano está condenado ao fracasso.

A história da humanidade, segundo Marx, deve ser compreendida a partir das condições materiais de existência dos seres humanos. Em vez de ideias ou valores abstratos, são as relações de produção e as estruturas econômicas que moldam a vida social e política.

Com base nessa perspectiva, assinale a alternativa que melhor expressa a concepção marxista de história.

• A história é conduzida por ideias universais de justiça e liberdade que evoluem com o tempo.

• A história é determinada pelas mudanças nas estruturas econômicas e pelas lutas entre classes sociais.

• O motor da história é a busca do ser humano pela felicidade individual.

• As transformações históricas decorrem da evolução do espírito absoluto.

• O curso da história segue um plano divino que orienta a humanidade ao bem comum.

“O trabalhador torna-se tanto mais pobre quanto mais riqueza produz; quanto mais a sua produção aumenta em poder e em volume, tanto mais ele se torna um ser sem valor. O objeto que o trabalho produz, o produto do trabalho, defronta-se com o trabalhador como um ser estranho, como um poder independente do produtor. (...) A alienação do trabalhador em seu produto significa não somente que o seu trabalho se torna um objeto, uma existência externa, mas que ele existe fora dele, independentemente, como algo estranho a ele, que se torna autônomo diante dele, e que, além disso, o trabalhador perde a vida no objeto.”

(MARX, K. Manuscritos Econômico-Filosóficos. 1844, adaptado.)

A partir da concepção marxista de alienação, o texto evidencia:

• a liberdade do trabalhador para escolher o que e como produzir.

• a valorização do trabalho manual no processo produtivo.

• a integração harmoniosa entre trabalhador e produto final.

• o distanciamento do trabalhador em relação ao fruto de seu trabalho.

• a superação da desigualdade entre capital e trabalho pela produção em massa.

Karl Marx analisa a ideologia como um instrumento poderoso nas sociedades capitalistas. Segundo ele, a ideologia não é apenas um conjunto de ideias neutras, mas está a serviço de determinados interesses sociais e econômicos. Nesse sentido, a ideologia:

• promove o consenso social e a harmonia entre as classes, assegurando o equilíbrio entre capital e trabalho.

• representa o conjunto de ideias verdadeiras e universais, que orientam o desenvolvimento científico da sociedade.

• mascara as contradições sociais, naturalizando as desigualdades e justificando a dominação de uma classe sobre outra.

• fortalece a liberdade de expressão e a autonomia individual, ao defender a pluralidade de pensamentos.

• elimina os conflitos sociais ao incentivar o respeito mútuo entre os diferentes grupos sociais.

Para Schopenhauer, o sofrimento humano decorre do desejo constante gerado pela vontade. Ao desejar, o ser humano nunca encontra satisfação plena, pois, ao alcançar um objetivo, logo surge um novo desejo, num ciclo interminável. Diante disso, Schopenhauer propõe caminhos para mitigar o sofrimento causado pela vontade.

Com base nesse pensamento, qual das alternativas expressa corretamente uma forma de superação do sofrimento, segundo Schopenhauer?

• A busca pela realização profissional e pelo sucesso material como expressão da vontade racional.

• A entrega às paixões e aos prazeres imediatos como forma de atender à vontade e eliminar o sofrimento.

• A contemplação estética, como na arte e na música, que suspende momentaneamente a vontade.

• O engajamento político e social, que permite transformar a realidade objetiva do mundo.

• A valorização da ciência, que revela as leis objetivas do universo e liberta o ser humano do sofrimento.

Kierkegaard considera que a angústia é o sentimento que acompanha a liberdade humana. Diante da possibilidade de escolha, o ser humano se angustia ao perceber que é responsável pelas suas ações e pelo sentido que dá à sua existência.

Essa concepção de angústia está relacionada à:

• alienação provocada pela sociedade capitalista, que impede o sujeito de ter consciência de si mesmo.

• negação da liberdade humana, visto que a existência é determinada por fatores externos.

• responsabilidade que acompanha a liberdade de escolha, revelando a dimensão ética da existência.

• certeza de um destino pré-determinado, que elimina o sentimento de dúvida e angústia.

• rejeição da subjetividade, pois a angústia é um sentimento irracional que deve ser superado.

Para Søren Kierkegaard, a existência humana é atravessada por angústia, escolha e responsabilidade. Em sua obra, ele propõe que o ser humano percorra três estádios existenciais rumo à autenticidade: o estético, o ético e o religioso. O último, o religioso, representa o estágio mais elevado da existência.

Nesse contexto, o que caracteriza o estádio religioso, de acordo com Kierkegaard?

• A submissão irrestrita às leis morais universais, como forma de alcançar a paz interior.

• A fé individual, que exige um salto além da razão e leva o indivíduo a uma relação direta e solitária com Deus.

• O niilismo, no qual o indivíduo abandona todas as crenças em busca de uma liberdade absoluta.

• A recusa da ética como forma de se libertar dos julgamentos sociais e alcançar o prazer puro.

• A adesão aos rituais religiosos como meio de obter salvação coletiva.

“E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: ‘Esta vida, como a vives agora e como a viveste, deverás vivê-la ainda uma vez, e ainda inúmeras vezes; e nada haverá nela de novo, mas cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro, e tudo, tudo de indizivelmente pequeno e grande em tua vida deverá retornar a ti, tudo na mesma sucessão e sequência...’”

(NIETZSCHE, Friedrich. A gaia ciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.)

A partir do conceito de eterno retorno apresentado no excerto, Nietzsche propõe uma reflexão sobre:

A)

• o determinismo da natureza humana, segundo o qual nossas ações estão sempre sujeitas à repetição.

• a transcendência da alma, que se realiza por meio da repetição contínua da vida após a morte.

• a valorização da vida como ela é, convidando o sujeito a assumir plenamente suas escolhas e responsabilidades.

• a busca pelo prazer eterno, como meio de escapar do sofrimento imposto pelas circunstâncias da vida.

• a libertação do tempo cíclico por meio da razão, superando a repetição do sofrimento humano.