Conceitos _ WEBER & MARX & Pré- Socráticos

De acordo com a argumentação de Max Weber, de que maneira a ética protestante favoreceu o processo de racionalização e o capitalismo moderno?

• Ao promover a ideia de que o trabalho duro e o sucesso econômico são sinais de salvação divina, incentivando uma cultura de disciplina e produtividade.

• Ao rejeitar qualquer forma de trabalho material, favorecendo a espiritualidade e a renúncia aos bens materiais.

• Ao incentivar a acumulação de riquezas para o benefício exclusivo da igreja, sem reinvestimento na economia.

• Ao impedir o desenvolvimento do capitalismo ao promover valores contrários ao acúmulo de capital e ao lucro.

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Max Weber, em sua obra "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", argumenta que a ética protestante, particularmente a ética calvinista, desempenhou um papel crucial no desenvolvimento do capitalismo moderno. Ele sugere que a doutrina calvinista da predestinação, que ensinava que o destino de cada indivíduo (salvação ou condenação) já estava decidido por Deus, levou os protestantes a buscar sinais de sua eleição divina. Um desses sinais, acreditava-se, era o sucesso econômico.

Essa crença incentivou os protestantes a se dedicarem ao trabalho árduo, à frugalidade e à reinvestimento dos lucros, em vez de gastar excessivamente, criando uma cultura de disciplina e produtividade que Weber identificou como o "espírito" do capitalismo. Esse comportamento racionalizado, onde o trabalho era visto como uma vocação e uma forma de agradar a Deus, foi fundamental para o desenvolvimento do capitalismo moderno, que valoriza a eficiência, a produtividade e o acúmulo de capital.

Como Max Weber relaciona o processo de racionalização com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia?

• O processo de racionalização levou à rejeição da ciência e da tecnologia, em favor de tradições religiosas e culturais.

• A racionalização promoveu uma visão de mundo em que a ciência e a tecnologia são ferramentas para entender e controlar a natureza, impulsionando seu desenvolvimento.

• A racionalização enfraqueceu o desenvolvimento da ciência e tecnologia ao priorizar o conhecimento místico e esotérico.

• A racionalização criou uma sociedade que valoriza apenas as emoções e as tradições, negligenciando a ciência e a tecnologia.

Answer explanation

Max Weber descreveu a racionalização como um processo central na modernidade, onde a sociedade se organiza de maneira cada vez mais eficiente e sistemática, usando a lógica e o cálculo. Esse processo de racionalização levou ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia porque ambos se baseiam em uma abordagem racional para entender e manipular o mundo.

Weber argumentou que a racionalização alterou a maneira como as pessoas percebiam o mundo, passando de uma visão mágica ou religiosa para uma visão "desencantada", onde os fenômenos naturais poderiam ser explicados e controlados por meio da ciência e da tecnologia. Essa nova perspectiva fomentou a busca pelo conhecimento científico e o desenvolvimento tecnológico, pois ambos se tornaram instrumentos essenciais para exercer controle sobre a natureza e melhorar a vida material. Assim, a racionalização foi fundamental para o avanço da ciência e da tecnologia na era moderna.

O Sociólogo Max Weber preocupou-se em estudar as ações sociais e o nexo de causalidade que as determinam. Elaborou os conceitos de dominação/legitimação carismática, tradicional e racional para avaliar o tipo de poder existente em dada sociedade. Outro conceito, também desenvolvido por Weber, compreende que, no período de formação da modernidade, ocorreu um gradual afastamento daqueles que detinham o poder político dos preceitos religiosos que o justificavam. Essas regras morais, religiosas, deixaram de servir de fonte para as ações políticas das pessoas, ocorrendo um “processo de desencantamento do mundo”. Com a modernidade, segundo Weber, os governos dos Estados Modernos afastaram as relações entre política e religião, doravante aquela não sofreria quaisquer influências desta.

O conceito de “desencantamento de mundo” deve ser retomado em períodos políticos em que o plano de crenças religiosas parece prosperar para justificar iniciativas políticas, porque ele recupera a ideia de uma dominação/legitimação racional para o pleno funcionamento de um governo e de uma legitimação política sobre a sociedade.

Com base no texto acima, assinale a alternativa correta que representa o afastamento entre a religião e a política.

• A secularização não implica um olhar sobre as ações humanas distanciadas das tradições herdadas de um sistema de crenças. 

• A legitimidade racional das ações das pessoas são fruto das crenças pelas quais se constituíram, valendo-se de juízo de prudência mais aqueles dados a governar, a partir de uma religião que outros dela se distanciem.
  

• As religiões podem interferir no mundo político democrático, pois os valores morais são fundamentais para o cumprimento de ações legitimadoras dos governos e orientam os juízos para as ações individuais.

• Avaliar as ações políticas, em sociedades democráticas, a partir de um conjunto de valores morais formados por distintas religiões significa não cumprir com os princípios básicos que alicerçam a modernidade.

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A alternativa (e) está correta porque reflete a ideia central do conceito de "desencantamento do mundo" desenvolvido por Max Weber. Weber argumenta que, com a modernidade, houve um afastamento entre a religião e a política, resultando em um processo de secularização. Isso significa que as decisões políticas passaram a ser baseadas em princípios racionais e não em crenças religiosas.

A modernidade, segundo Weber, implica em uma legitimação racional do poder, onde as regras morais e religiosas deixam de influenciar diretamente as ações políticas. Ao afirmar que avaliar as ações políticas com base em valores morais de diversas religiões contraria os princípios da modernidade, a alternativa (e) reconhece a importância da separação entre religião e política para o funcionamento de um governo que seja legitimado por uma racionalidade secular e não por dogmas religiosos.

Essa perspectiva é crucial para entender a dinâmica dos Estados modernos, onde a neutralidade em relação às crenças religiosas é vista como um alicerce fundamental para garantir a pluralidade e a democracia.

De acordo com Max Weber, quais são os tipos de dominação legítima?

• Dominação carismática, tradicional e racional-legal.

• Dominação econômica, social e política.

• Dominação direta, indireta e consultiva.

• Dominação coercitiva, consensual e normativa.

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Max Weber identificou três tipos principais de dominação legítima:

1. Dominação Carismática: Baseada na crença nas qualidades extraordinárias e na autoridade pessoal de um líder. A legitimidade vem do carisma do líder, que é visto como dotado de habilidades ou dons especiais.

2. Dominação Tradicional: Baseada na crença na santidade das tradições e na legitimidade das autoridades que se baseiam em costumes e práticas herdadas. A legitimidade vem da continuidade com o passado e com as normas tradicionais.

3. Dominação Racional-Legal: Baseada em um sistema de regras e leis impessoais e racionais, onde a autoridade é legitimada por sua conformidade com um sistema legal e administrativo estabelecido. A legitimidade vem da legalidade das regras e da eficiência administrativa.

Esses tipos de dominação explicam como o poder pode ser legitimado de diferentes maneiras em uma sociedade, refletindo diferentes fundamentos e formas de autoridade.

Para Weber, a dominação é a probabilidade de encontrar obediência em um grupo de pessoas. A primeira característica é a legitimidade: isto é, precisaria, de alguma forma, convencer as pessoas de que é certo obedecer. As pessoas podem se convencer por motivos diferentes. Weber identificou três principais tipos de dominação legítima. Eles não são os únicos possíveis e, na prática, quase sempre se misturaram em um processo de dominação. Assim, assinale a alternativa correta sobre esse conceito:

• Dominação tradicional é a principal característica da democracia brasileira. Apesar de vivermos em uma democracia, ela se legitima com base num passado monárquico e escravocrata. Dessa forma, não importa o resultado das eleições ou das legislações eleitorais, vamos sempre prezar pelo respeito ao nosso passado.

• Dominação racional-legal é a dominação que se baseia na crença de que é correto obedecer à lei, porque essa lei é oriunda da vontade divina, assim como o código mosaico, por exemplo. Assim, todas as vezes em que são necessárias novas diretrizes para a sociedade, há uma convocação para o encontro com os poderes celestiais para que novas leis sejam criadas.

• No regime de dominação racional-legal destaca-se a figura do funcionário público. Esse funcionário deve ter conseguido seu emprego por influência (demonstrada em uma certidão de nascimento); deve sempre seguir a vontade do chefe; e deve aplicá-la igualmente aos inimigos, sejam eles brancos, negros, ricos ou pobres. Esse funcionário público corresponde ao ideal da dominação racional-legal.

• Dominação carismática é a dominação que se baseia na crença de que o líder político possui qualidades excepcionais, dons extraordinários. Os liderados podem acreditar que o líder é inspirado por Deus ou que é excepcionalmente capaz de compreender o verdadeiro destino da nação. Esse tipo de dominação é fundamental nas democracias contemporâneas, pois quem vence as eleições é sempre o candidato que possui mais carisma e simpatia junto aos eleitores.

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A alternativa (d) está correta porque descreve com precisão o conceito de dominação carismática segundo Max Weber. A dominação carismática é baseada na crença de que o líder possui qualidades extraordinárias e habilidades excepcionais que justificam sua autoridade. Em democracias contemporâneas, o carisma e a simpatia de um candidato podem influenciar significativamente a decisão dos eleitores, refletindo a importância do carisma na legitimidade da liderança.

As outras alternativas apresentam incorreções sobre os tipos de dominação legítima descritos por Weber:

• A alternativa (a) confunde dominação tradicional com práticas modernas de democracia e não reflete com precisão o conceito de Weber.

• A alternativa (b) incorretamente associa a dominação racional-legal com a crença na vontade divina, que é mais característica da dominação tradicional ou carismática.

• A alternativa (c) descreve incorretamente o regime de dominação racional-legal e o papel do funcionário público, que deve ser baseado na meritocracia e na conformidade com leis e regras impessoais, não em influências pessoais ou familiares.

Apesar da crítica direcionada aos filósofos, expressa em sua célebre frase “os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é transformá-lo”, Karl Marx foi e ainda é considerado por muitos estudiosos como um dos principais representantes da filosofia contemporânea. Um dos aspectos centrais de sua perspectiva teórica está em sua forma de explicar a dinâmica da história humana que conhecemos. Nesse sentido, para Marx:

• O Estado é o poder político das classes dominadas, é o responsável pela dinâmica da história humana.

• A produção do mais-valor, que ocorre desde a época primitiva, explica a dinâmica da história humana.

• A história de todas as sociedades que existiram até hoje tem sido a história das lutas de classes.

• As classes dominantes de cada época da história humana são as responsáveis pela revolução social.

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A alternativa (c) está correta porque reflete um dos conceitos centrais da teoria de Karl Marx. Marx argumentou que a história da humanidade é, em grande parte, a história das lutas de classes. Para ele, as sociedades se desenvolvem através de conflitos entre diferentes classes sociais, como a burguesia e o proletariado, que têm interesses econômicos antagônicos. Essas lutas são o motor das mudanças históricas e sociais.

Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber são considerados os principais formuladores das primeiras matrizes teórico-metodológicas da sociologia que surgiram no final do século XIX na Europa. Cada um deles tem perspectivas sociológicas que divergem uma da outra sobre a explicação e a compreensão da realidade social. Durkheim procurou explicar, de modo geral, o funcionalismo orgânico e intricado da divisão social do trabalho na modernidade, que mantém as sociedades coesas; Marx é o teórico da história do sistema capitalista de produção e das contradições que o fundamentam, como a luta de classes sociais; Weber investigou as conexões de sentido entre fenômenos sociais como a racionalização da vida econômica e a ética calvinista-cristã sobre o trabalho disciplinado e esforçado, possibilitando uma compreensão interpretativa entre esses fenômenos.
Partindo do exposto, assinale a afirmação verdadeira:

• A constante tensão entre trabalhadores e patrões nas sociedades capitalistas é bem explicada pela sociologia compreensiva weberiana.

• Na perspectiva teórica marxiana, é preciso entender as instituições sociais que se relacionam para dar funcionalidade às sociedades humanas.

• Na teoria durkheimiana, é a complexidade das interações entre as atividades humanas que concede a continuidade das sociedades modernas.

• Os estudos marxianos apontam que o desenvolvimento de um espírito capitalista burocrático é capaz de promover uma estagnação social.

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A alternativa (c) está correta porque reflete o conceito central da teoria durkheimiana. Durkheim argumenta que a continuidade e a coesão das sociedades modernas são garantidas pela complexidade das interações e pela divisão social do trabalho. Segundo Durkheim, a divisão do trabalho cria uma interdependência entre os indivíduos, o que mantém a sociedade coesa e funcional, mesmo na modernidade.

Leia o seguinte trecho do livro “A ideologia alemã”, de Karl Marx, e assinale a alternativa F A L S A.

[...] para viver, é preciso antes de tudo comer, beber, ter habitação, vestir-se e algumas coisas mais. O primeiro ato histórico é, portanto, a produção dos meios que permitam a satisfação destas necessidades, a produção da própria vida material, e de fato este é um ato histórico, uma condição fundamental de toda história, que ainda hoje, como há milhares de anos, deve ser cumprido todos os dias e todas as horas, simplesmente para manter os homens vivos.” 

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, p. 39.

• 
  A perspectiva de Karl Marx para o estudo da sociedade leva em conta os aspectos relacionados à produção dos bens materiais necessários à manutenção da vida. Nesse sentido, o trabalho é uma das mais importantes dimensões sociais do ser humano.

• Para Marx, o trabalho é utilizado por um grupo social para dominar outro. Assim, nem todo ser humano tem liberdade para escolher sua posição no mercado de trabalho.

• Para Marx, o produto do trabalho do proletariado é apropriado pelo burguês, que estabelece o salário, o horário e até as condições de produção. Assim, quem determina o quanto vale o trabalho não é o trabalhador, mas o capitalista. 

• Para Karl Marx, no capitalismo, a burguesia assalaria o proletário por um período de tempo a fim de alcançar certa produção. Todavia, a força de trabalho contratada acaba por gerar um valor superior ao estipulado. Refletindo sobre isso, o autor denomina de mais-valia esse excedente que é pago ao trabalhador. 

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A alternativa (c) é falsa. De acordo com a teoria marxista, a mais-valia é o valor excedente criado pelo trabalho do proletariado que não é pago ao trabalhador, mas apropriado pelo capitalista. O conceito de mais-valia refere-se ao valor adicional gerado pelo trabalho do proletariado que excede o valor do salário pago ao trabalhador. Portanto, o excedente não é pago ao trabalhador, mas sim apropriado pelo capitalista. A descrição correta seria que a força de trabalho gera um valor superior ao que é pago como salário, e essa diferença é chamada de mais-valia, que é apropriada pelo capitalista.

Karl Marx (1818-1881): “E vossa educação, não é ela também determinada pela sociedade? Não é determinada pelas relações sociais nas quais educais vossos filhos, pela ingerência mais ou menos direta ou indireta da sociedade através das escolas, etc.? Os comunistas não inventaram a influência da sociedade sobre a educação; procuraram apenas transformar o seu caráter, arrancando a educação da influência da classe dominante. A fraseologia burguesa sobre a família e a educação, sobre os afetuosos vínculos entre criança e pais, torna-se tanto mais repugnante quanto mais a grande indústria rompe todos os laços familiares dos proletários e transforma suas crianças em simples artigos de comércio e em simples instrumentos de trabalho.” 

_{(MARX, K. Manifesto do partido comunista. 6ª. Ed. Petrópolis: Vozes, 1996, p. 83-84).}

Conforme o texto é CORRETO afirmar:

• A educação não deve ser determinada pela classe dominante.

• 
  Não existe nenhuma relação entre classes sociais e educação.

• Os comunistas são contra a família e as relações sociais.

• As crianças devem ser educadas pela sociedade burguesa.

Max Weber alinhava-se à visão de Marx em relação ao tratamento do desenvolvimento do capitalismo no mundo moderno e às investigações sobre os sistemas anteriores de produção e as lógicas de relações sociais que se estabeleciam em volta deles. Entretanto, Weber discordava de Marx em alguns pontos cruciais. Quais são eles?

• Enquanto Marx acreditava que a religião era o ópio do povo, Weber era um religioso convicto.

• Enquanto Weber elaborou seus trabalhos sob a perspectiva do materialismo histórico, Marx foi lembrado por sua sociologia compreensiva.

• Enquanto Marx construiu sua teoria sob a perspectiva do materialismo histórico, Weber foi lembrado por sua sociologia compreensiva.

• Marx e Weber não discordaram em nenhum ponto de suas teorias.

Answer explanation

Contrário ao pensamento de Marx, Weber não dava a mesma importância ao conflito de classes e também não submetia suas análises comparativas à noção de materialismo histórico dos trabalhos marxistas.