Quiz de Língua Portuguesa e Interpretação

Há uma série de palavras que correspondem a frases, em suas situações comunicativas. Assinale a palavra que mostra convencionalmente uma frase equivalente.

• Perigo! / aviso de trabalho na estrada.

• Fogo! / ordem para parar de atirar.

• Devagar! / conselho para dirigir lentamente.

• Chega! / aviso de chegada a algum lugar.

• Depressa! / pedido de ajuda.

Answer explanation

• Relação direta e universal entre a palavra e sua função:

  • "Devagar!" sempre indica redução de velocidade no trânsito, sem ambiguidades.

  • É uma convenção social clara (placas de trânsito, orientações de segurança).

Problemas nas outras opções:

1. "Perigo! / aviso de trabalho na estrada."

   • "Perigo!" sozinho não especifica o risco (precisa de complemento: "Perigo: obra à frente").

2. "Fogo! / ordem para parar de atirar."

   • "Fogo!" em contextos militares significa "atirem", não "parem". Fora desse contexto, pode indicar incêndio.

3. "Chega! / aviso de chegada a algum lugar."

   • "Chega!" normalmente expressa frustração/cansaço (ex.: "Chega de conversa!"). Raramente anuncia chegada física.

4. "Depressa! / pedido de ajuda."

   • "Depressa!" indica pressa, mas não necessariamente um pedido de socorro (pode ser um incentivo: "Depressa, o trem vai partir!").

Dica para questões assim:

• Busque a opção em que a palavra sempre cumpre a função descrita, sem depender de contexto.

• Palavras como "Devagar!" (trânsito), "Silêncio!" (bibliotecas), ou "Socorro!" (emergência) são exemplos claros.

Exemplo de aplicação:
➡ "Pare!" → ordem direta para parar (equivalente a "Devagar!" em clareza).
➡ "Cuidado!" → genérico demais (pode ser usado em muitos contextos).

As frases a seguir mostram um termo sublinhado que foi substituído por outro termo de valor pejorativo. Assinale a opção em que isso não ocorre.

• Suas roupas eram de outro país / seus trajes.

• Seus pés tinham mau cheiro / fedor.

• O quarto se mostrava desarrumado / bagunçado.

• Ele não pôde escapar de suas mãos / garras.

• A capa do livro ficou pegajosa / grudenta.

Answer explanation

Por quê?

• "Trajes" é um termo neutro (não ofensivo) para roupas.

• É comum usar "trajes" em contextos formais ou descritivos.

✖️ Por que as outras estão erradas?
Cada uma substitui por um termo negativo/agressivo:

1. "mau cheiro" → "fedor" (mais forte/nojento)

2. "desarrumado" → "bagunçado" (mais crítico)

3. "mãos" → "garras" (associa a animais/agressividade)

4. "pegajosa" → "grudenta" (mais informal e desagradável)

A subjetividade é particularmente expressa pelos pronomes de primeira pessoa. Assinale a frase em que outro pronome se encarrega da subjetividade, equivalente aos pronomes de primeira pessoa.

• Na Idade Média, preferia-se o campo à cidade.

• Afinal de contas, vai-se ao teatro ou não?

• Então, você vai participar do concurso?

• O ministro tem a honra de convidá-lo para o cargo.

• Os cidadãos honestos, esses devem enfrentar a realidade.

Answer explanation

Por quê?

• O pronome "se" nesta frase funciona como um sujeito indeterminado, criando uma ideia subjetiva (de opinião/perspectiva) sem usar "eu" ou "nós".

• Ele generaliza a ação ("vai-se"), como se fosse uma opinião coletiva ou impessoal - similar a como usaríamos "achamos" ou "pensamos" em 1ª pessoa.

✖️ Por que as outras não servem?

1. "preferia-se" - apenas descreve um fato histórico, sem subjetividade

2. "você vai" - diálogo direto (2ª pessoa), não expressa opinião

3. "convidá-lo" - pronome de tratamento formal, objetivo

4. "esses devem" - pronome demonstrativo, apenas aponta algo

Dica para identificar:
Procure construções com "se" que:
• Não sejam voz passiva
• Expressem uma ideia de "todo mundo sabe"/"é comum pensar"
• Substituiriam naturalmente por "achamos" ou "pensamos"

Exemplo comparativo:
➡ "Vai-se ao teatro" ≈ "Nós vamos ao teatro" (subjetivo)
➡ "Preferia-se o campo" ≠ "Nós preferíamos" (apenas descritivo)

As frases a seguir foram reescritas de forma a se eliminarem delas as marcas de subjetividade do emissor. Assinale a frase em que isso foi realizado de forma inadequada.

• A televisão mostrou o triste fim de um episódio lamentável / A televisão mostrou o fim do episódio.

• A deplorável atitude do árbitro prejudicou a boa partida / A atitude do árbitro prejudicou a partida.

• Infelizmente, a atriz, inadequada para o papel, continua na peça interessante / Infelizmente a atriz continua na peça.

• Marcos emocionou-se com aquelas belas palavras / Marcos emocionou-se com aquelas palavras.

• A paisagem, romântica e agreste, estava mudando / A paisagem estava mudando.

Answer explanation

Por quê esta está errada?

1. Manteve três expressões subjetivas que deveriam ser removidas:

   • "Infelizmente" (julgamento do emissor)

   • "inadequada" (opinião negativa)

   • "interessante" (avaliação positiva)

2. A versão reescrita "Infelizmente a atriz continua na peça" ainda mantém:

   • "Infelizmente" (julgamento que deveria ser eliminado)

✖️ Como as outras acertaram?

• Removeram TODOS os termos subjetivos:

  • "triste/lamentável" → eliminados

  • "deplorável/boa" → eliminados

  • "belas" → eliminado

  • "romântica e agreste" → eliminados

Dica para prova:
Para identificar a errada, procure:

1. Adjetivos de opinião (bonito/feio, bom/ruim)

2. Advérbios de julgamento (infelizmente, lamentavelmente)

3. Qualquer palavra que mostre PONTO DE VISTA PESSOAL

Exemplo prático:
➡ CERTO: "O filme foi exibido" (neutro)
➡ ERRADO: "O maravilhoso filme foi exibido" (subjetivo)

Macete:
Se na reescrita ainda der para saber o que o autor PENSA sobre o assunto, é porque não ficou neutra o suficiente!

Nas opções a seguir, as frases iniciais foram desenvolvidas de forma a explicitar a informação. Assinale aquela em que o desenvolvimento não tem essa função.

• O congresso será realizado entre os dias 25 e 30 de agosto / O congresso de literatura francesa será realizado entre os dias 25 e 30 de agosto.

• O deputado apresentou um projeto de lei / O deputado Francisco Mendes apresentou um projeto de lei sobre a adoção de crianças.

• A rua tinha ficado cheia de crianças / A rua, entre as avenidas principais do bairro, tinha ficado cheia de crianças.

• A lagoa Rodrigo de Freitas está situada no Rio de Janeiro / A lagoa Rodrigo de Freitas e a praia de Copacabana estão situadas no Rio de Janeiro.

• O pianista interpretou uma sonata / O pianista interpretou uma sonata de um moderno músico francês.

Answer explanation

Por que esta está errada?

1. Não desenvolve a informação original sobre a Lagoa Rodrigo de Freitas

2. Apenas acrescenta um dado novo (praia de Copacabana) sem relação direta

3. Mistura dois assuntos diferentes em uma mesma informação

✖️ Como as outras acertaram?
Cada uma ampliou corretamente a informação original:

• De "congresso" para "congresso de literatura francesa"

• De "deputado" para "deputado Francisco Mendes" e "adoção de crianças"

• De "rua" para "avenidas principais do bairro"

• De "sonata" para "sonata de um moderno músico francês"

Dica para prova:
Para identificar a errada, pergunte:

1. A segunda frase detalha a primeira? (CERTO)

2. A segunda frase acrescenta algo sem relação? (ERRADO)

Exemplo prático:
➡ CERTO: "O livro foi lançado" → "O livro de poesias foi lançado"
➡ ERRADO: "O livro foi lançado" → "O livro e o filme foram lançados"

Macete:
Se a frase desenvolvida mudar de assunto ou não explicar melhor a original, é a errada!

Assinale a frase que mostra a presença de antônimos.

• Em certa idade da vida, se sua casa não se encher de crianças, ela se encherá de manias e de vícios.

• Às vezes você precisa conhecer alguém muito bem para saber que vocês não se conhecem.

• O suicídio foi a melhor cousa que ele fez enquanto vivo.

• Ganhei o prêmio porque os outros indicados já morreram.

• Seja a vida longa ou curta, depende completamente para que

  ela serviu.

Answer explanation

• "Ganhar" (sucesso, vitória) vs. "morrer" (fracasso, perda).

• A oposição implícita entre vida/morte e conquista/derrota caracteriza antônimos contextuais.

• As demais frases usam paradoxos ou ironia, mas não apresentam antônimos claros (ex.: "conhecer muito bem" vs. "não se conhecem" é um contraste lógico, não lexical).

As frases a seguir mostram termos sublinhados e desses termos

foram mostrados sinônimos. Assinale a frase em que o sinônimo indicado está incorreto.

• Gatos são peritos em conforto. / especialistas.

• É praticamente impossível olhar para um pinguim e sentir raiva. / objetivamente.

• Um cão nunca demonstra intolerância quando escolhe um dono. / rejeição.

• Vimos até pegadas de onça, mas felizmente não chegamos a encarar a fera. / enfrentar.

• Não acho justo que minha cachorrinha ande solta por aí. / correto.

Answer explanation

Por quê?

• ❌ Erro: "Objetivamente" não é sinônimo de "raiva".

• ✅ Correto: O sinônimo adequado seria "indiferença" (falta de sentimento) ou "ódio" (sentimento oposto).

Confira os acertos:

1. "peritos" = "especialistas" ✔

2. "intolerância" = "rejeição" ✔

3. "encarar" = "enfrentar" ✔

4. "justo" = "correto" ✔

Dica rápida:
Sinônimos devem manter o mesmo significado. "Objetivamente" (sem emoção) ≠ "raiva" (emoção forte).

Observe as duas frases a seguir.

1. O policial entrou na viatura.

2. A viatura policial era nova.

Nessas frases a palavra “policial” pertence a duas classes

diferentes (substantivo e adjetivo).

O mesmo acontece com as palavras sublinhadas nas seguintes

frases:

• A roupa do mendigo estava suja. / O mendigo tinha pouca roupa.

• Era um povoado tranquilo. / O povo tranquilo do povoado estava presente na festa.

• Os mortais são impacientes. / Nós, mortais, somos impacientes.

• A máquina de costura estava na sala. / Estava na cozinha a máquina de café.

• Todos somos brasileiros. / Eu sou brasileiro do Ceará.

Answer explanation

Por quê?

• Na 1ª frase: "mortais" = substantivo (seres humanos, sujeito da oração).

• Na 2ª frase: "mortais" = adjetivo (qualifica "nós", como em "nós, seres mortais").

Comparação com o exemplo dado:

1ªSubstantivo (profissional)Substantivo (seres humanos)

2ªAdjetivo (característica)Adjetivo (característica)

Por que as outras estão erradas?

• "mendigo/roupa", "povoado/povo", "máquina", "brasileiros": mantêm a mesma classe gramatical nas duas frases.

Dica para identificar:

1. Na 1ª frase, a palavra é o núcleo do sujeito? → Substantivo.

2. Na 2ª frase, ela qualifica outro substantivo? → Adjetivo.

Exemplo rápido:
➡ "Os jovens são alegres" (substantivo) / "Nós, jovens, somos alegres" (adjetivo).

Assinale a frase cuja pontuação está inteiramente correta.

• Uma sociedade, sem religião é como um navio, sem bússola.

• A noite é uma bela crença, na luz.

• Nenhum homem chegou a ser grande senão impelido, por divina inspiração.

• Algumas das maiores dádivas de Deus são preces, não atendidas.

• Ensina-me a vencer, se puderes.

Answer explanation

Por quê?

• Vírgula correta: separa a oração principal ("Ensina-me a vencer") da condicional ("se puderes").

• Estrutura clara: sem vírgulas desnecessárias ou ausentes.

Erros nas demais:

1. "Uma sociedade, sem religião é como um navio, sem bússola."

   • Vírgulas desnecessárias após "sociedade" e "navio".

2. "A noite é uma bela crença, na luz."

   • Vírgula indevida separando sujeito do predicado.

3. "Nenhum homem chegou a ser grande senão impelido, por divina inspiração."

   • Vírgula desnecessária antes de "por".

4. "Algumas das maiores dádivas de Deus são preces, não atendidas."

   • Vírgula cria ambiguidade (parece que todas as preces não são atendidas).

Regra aplicada:
Use vírgula antes de orações subordinadas adverbiais quando vierem após a principal:

• "Venha, se puder." (certo)

• "Se puder, venha." (também certo, mas com vírgula antes).

Dica para prova:
Desconfie de vírgulas que:

• Separam sujeito do verbo ("A vida, é bela." ❌).

• Isolam termos essenciais ("Comi, um pão." ❌).

Assinale a frase em que o emprego do acento grave indicativo da crase está correto.

• Meu objetivo principal na vida é fazer às pessoas felizes.

• Encontre a paz e à preencha.

• Fique atento à tartaruga: ela sai do casco.

• Agora sei à metade do que já soube.

• Eu cheguei à iludir a velhice, mas parei.

Answer explanation

• Crase correta (à):

  • Preposição "a" (exigida por "atento") + artigo "a" (feminino de "a tartaruga") = à.

  • Teste: Substitua por "ao" (masculino) → "Fique atento ao jabuti" (funciona, confirmando a crase).

Erros nas demais:

1. "fazer às pessoas felizes" ❌

   • Não existe artigo antes de "pessoas" (diz-se "fazer a pessoas felizes").

2. "à preencha" ❌

   • Verbo "preencher" não exige preposição "a".

3. "à metade" ❌

   • "Metade" é feminino, mas não há artigo definido ("sei a metade").

4. "à iludir" ❌

   • Antes de verbo no infinitivo, usa-se apenas a preposição "a" ("cheguei a iludir").

Dica para não errar:
Aplique o "teste do masculino":

• Se a frase ficar correta com "ao", use "à" no feminino.
  Ex.: "Fique atento ao sinal" → "Fique atento à placa".

Exceções que não levam crase:

• Antes de verbos no infinitivo ("Vou a pé").

• Antes de palavras masculinas ou sem artigo ("Falei a ela").